O fórum de Santo André foi palco nesta segunda-feira (19) da palestra Prevenção de Violência Doméstica. O convidado foi o tenente da Divisão de Violência Doméstica e integrante da Swat (Equipe da Armas e Táticas Especiais) dos Estados Unidos, Mark Wynn. A iniciativa faz parte das ações para consolidar o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher, programa de iniciativa do governo federal, em todos os municípios paulistas. A campanha também surge da necessidade de enfrentar as impunidades deste tipo de crime, para dar celeridade aos inquéritos estabelecidos e aos julgamentos de casos.
Mark Wynn vem de uma família tradicional americana de policiais e, desde muito cedo, conviveu com o cenário de violência doméstica. Ele frisou que os policiais precisam adotar uma postura adequada para “atender vítimas que não têm opção”. O tenente destacou a importância do policial no contexto da violência e a necessidade de conquistar maior credibilidade. “A grande maioria prefere não reportar a violência e, em vez de procurar, por exemplo, a polícia, escolhe ir ao encontro de seu padre, pastor ou rabino. A vítima geralmente recebe o conselho de ir para casa e rezar, e assim se repete o processo”, ressaltou.
Em quase duas horas de exposição, o tenente reforçou várias vezes a necessidade de a sociedade como um todo mudar sua cultura, porque, segundo ele, “a violência doméstica é um dos crimes mais significantes e tratado com pouca atenção”.
Uma comitiva com representantes da área de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Santo André prestigiou o evento, organizado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Família do Poder Judiciário de São Paulo. “Trata-se de um compromisso das esferas locais e estadual com o pacto, além de ser uma ação da Secretaria de Políticas para as Mulheres da União”, explicou a assessora de Políticas para as Mulheres, vinculada à Secretaria de Gabinete andreense, Silmara Conchão.
MARIA DA PENHA – Em Santo André, a Política para as Mulheres está mobilizada para a organização do mapa da violência contra a mulher, fortalecimento do trabalho do Vem Maria, da Delegacia de Defesa da Mulher e do fluxo de atenção à violência sexual e ao incentivo de projetos para autonomia da mulher. O Vem Maria é o principal serviço de apoio às mulheres em situação de violência da cidade, um equipamento que está de acordo com a Lei Maria da Penha, ou seja, com as medidas de proteção como preconiza a legislação específica. Lá, as mulheres recebem atendimento social e psicológico e contam, quando necessário, com o aparato jurídico mantido pela parceria com a Assistência Judiciária, Defensoria Pública e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Dependendo da situação, o programa também pode providenciar o aluguel social, abrigo ou até passagens para outros estados e cidades para garantir a integridade física e emocional das mulheres e de seus filhos. Em casos de risco de morte, as mulheres são encaminhadas para abrigo em endereço sigiloso. O Vem Maria trabalha integrado com a rede municipal de atendimento.