"Creio nos Juízes do Poder Judiciário de São Paulo", diz o Presidente Bedran
MENSAGEM DO PRESIDENTE BEDRAN AOS MAGISTRADOS NO FINAL DO SEU DISCURSO NA CERIMÔNIA DE INSTALAÇÃO DO ANO JUDICIÁRIO DE 2011
Gostaria, por fim, de registrar que o propósito da realização desta cerimônia de Abertura do Ano Judiciário, que, aliás, veio retardada por conhecido e infausto acontecimento de janeiro passado, foi o de procurar restaurar velha tradição do Poder Judiciário de São Paulo, congregando, juntamente com as autoridades dos demais Poderes, os partícipes das atividades forenses, de modo a disseminar entre todos não só o relevante papel por nós desempenhado no seio social, como os ingentes trabalhos desenvolvidos no exercício do mister que nos está afeto.
E a esse respeito, quero agora dirigir-me, especialmente, aos estimados colegas juízes e desembargadores que nos honram com sua presença nesta modesta, mas significativa, solenidade.
Na quarta-feira passada, o Órgão Especial, delegatário do soberano Tribunal Pleno, assumiu grave responsabilidade, acerca do qual a Presidência editou a seguinte mensagem:
“A Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo comunica que o Colendo Órgão Especial, em Sessão de 23 de março de 2011, aprovou Resolução estabelecendo medidas necessárias ao julgamento de todos os processos do acervo da META2 do Conselho Nacional de Justiça, atendendo ao interesse público e em postura compatível com alto conceito, a reconhecida tradição e o bom nome do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, tudo com vista a, correspondendo aos anseios da sociedade, propiciar a mais eficiente prestação dos serviços forenses”.
Não há dúvida de que se trata de árdua, espinhosa e estafante missão, a de dar cabo de um número expressivo de processos que se encontram aguardando solução há longo tempo e precisam ser julgados. Sobretudo para aqueles denodados e dedicados juízes e desembargadores que já se desincumbiram deste mister, dando, com sacrifício de sua vida privada, da família e dos momentos de lazer, fim ao acervo de feitos que lhes coube na distribuição.
Mas há vultosa sobra a solucionar e precisa ser solucionada, agora de forma solidária, e mediante redistribuição, por todos os integrantes da Corte. E é exatamente para estes colegas, os que mais trabalharam e já cumpriram suas obrigações, honrando e dignificando a toga que vestem e o bom nome do Tribunal de Justiça, que dirijo minha palavra de fé e confiança no seu alto descortino e compreensão de fiéis agentes políticos:
A todos, que, quase à unanimidade, me convocaram para assumir o gravíssimo encargo de Presidir este Tribunal, aos quais, ao ensejo da eleição e posse, supliquei a colaboração e a participação no cumprimento das nossas tarefas e trabalhos comuns, para que, juntos, coesos, unidos e fortes, pudéssemos chegar a alcançar bons e desejados resultados.
Creio nos Juízes do Poder Judiciário de São Paulo. Tenho inabalável fé de que, com sua experiência, sabedoria e cultura, e, sobretudo, com a integridade moral que lhes é própria, não faltarão a mais esse chamamento, que afeta de perto os interesses público e social. E, por isso, tenho a subida honra e o emocionado orgulho de integrar e pertencer a este conceituado Tribunal de Justiça!
A todos os nobres juízes e desembargadores que se irmanarem nessa alta e significativa missão a cumprir, cujos nomes estarão perenemente ligados a mais esta conquista do Poder Judiciário de São Paulo, rendemos nosso respeito e alta consideração, evocando, por pertinente e adequada para o momento, a filosófica lição de KAHLIL GIBRAN, em a “A Voz do Mestre”, ao traçar o perfil das duas espécies de homens, os Escravos de Ontem, que ingressam no mundo das trevas, e os Homens livres de Amanhã, que entram no mundo da luz:
“A cultura é a única riqueza que os tiranos não podem confiscar... A verdadeira riqueza de uma nação não se baseia no seu ouro ou prata, mas em sua cultura e civilização, e na integridade moral de seus filhos”.
Agradeço a presença de todos e dou por encerrada esta Sessão.