InspirAÇÕES: servidor concilia trabalho no TJSP com a paixão por desenhos

Ilustrações eternizam pessoas e momentos especiais.
 
O escrevente técnico judiciário Mauricio Rodrigues Ferreira Alves integra o quadro do Tribunal de Justiça de São Paulo há 33 anos, desde que ingressou como menor colaborador. Durante muito tempo, o gosto pelas ilustrações, que surgiu na infância, era encarado como hobby. Até que, em 2020, no auge da pandemia, Maurício voltou a desenhar com frequência, como forma de cuidar da saúde mental, e viu o passatempo se tornar um trabalho sério. 
Na época, participou de um curso online de desenhos realistas com o filho mais novo, para quem transmitiu a veia artística. “Nesse período tudo mudou. Ficávamos somente em casa e o desenho passou a ser uma terapia. Já acompanhava diversos desenhistas e sempre quis fazer esse curso, mas procrastinava. Aproveitei a oportunidade para me inscrever e comecei a desenhar rostos de pessoas”, diz. “Até incentivei meu filho a participar comigo, para que ele não ficasse muito no videogame. Depois disso, nunca mais parei e hoje me sinto realizado em fazer meus desenhos e impactar várias pessoas."
De passatempo, as gravuras se tornaram uma segunda fonte de renda, a que Mauricio se dedica no período noturno e aos finais de semana. O servidor lembra que, no início dos anos 80, acompanhava o trabalho de um renomado desenhista pela televisão. “Ele ensinava as técnicas. Comecei ampliando desenhos em quadrinhos, inventando personagens e desenhando jogadores de futebol, na época da Copa do Mundo, no asfalto em frente à minha casa”, conta. Na adolescência, os desenhos foram dando espaço para outras experiências – rotina com amigos, estudos e trabalho. “Às vezes ainda rabiscava alguma coisa e fazia caricaturas de amigos, mas sem muito compromisso”.
Hoje em dia, a maior parte das encomendas que recebe é para registrar pessoas ou animais de estimação. “Os desenhos têm o poder de capturar emoções, contar histórias e conectar pessoas”, conta, relembrando as obras que enviou a diversas cidades do Brasil e para o exterior. “Pude desenhar um garotinho com autismo que ficou feliz da vida com o presente. Outra encomenda marcante foi o pedido de uma amiga que perdeu o bebê recém-nascido. Depois de algum tempo, ela me pediu para fazer o retrato dos seus filhos, acrescido de uma imagem de bebê vestido de super-herói.  Consegui fazer e isso me trouxe a certeza de que estou na direção certa de levar alegria às pessoas”, comemora o desenhista. 
Ele revela que o sucesso dos trabalhos o incentiva a estudar cada vez mais e aprimorar os traços. “Já tive o privilégio de desenhar alguns amigos do TJSP, o Cristo Redentor, e, atualmente, estou desenhando uma deusa da Justiça”, diz. 
 
Comunicação Social TJSP – BC (texto) / Divulgação (fotos) / LF (arte)
 
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