Expansão ApadrinhArte: oportunidades de lazer e cultura para jovens acolhidos

Parceria disponibilizará mais ingressos de teatro.

A Corregedoria Geral da Justiça realizou, nesta quarta-feira (24), evento on-line voltado para juízes da Infância e Juventude, equipes técnicas e casas de acolhimento, buscando o apoio desses profissionais para a expansão do ApadrinhARTE nas comarcas do interior e litoral. Criado em 2022, o programa oferece oportunidades para que crianças e adolescentes sob a tutela do Estado tenham oportunidades de cultura e lazer – como cinemas, teatros, museus e shows –, além de bolsas para cursos na área das artes. Ao longo desses dois anos foram promovidas 95 ações envolvendo 2.629 jovens, mas a maior parte na Capital. Por isso a importância do envolvimento das demais comarcas na busca por novos parceiros.

Na abertura dos trabalhos, a juíza assessora da CGJ Mônica Gonzaga Arnoni, que coordena o programa, agradeceu o apoio da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJSP na realização da reunião e destacou que o acesso ao lazer e cultura são direitos previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. “A ideia é fomentar a inserção das crianças e adolescentes que estão em casa de acolhimento ou internados, em espaços de propagação de cultura, assim como dos educadores, para que todos compreendam a importância dessas atividades no desenvolvimento dos jovens”, disse. O juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos e idealizador do programa, Iberê de Castro Dias, também falou sobre a garantia constitucional. “Cultura não é luxo e não deve ficar restrita a crianças e adolescentes de classes mais altas. Cultura é um direito que precisa ser concretizado e temos que trabalhar para que esse direito seja sentido na prática”, afirmou.

Nova parceria

Outro objetivo da reunião foi apresentar nova parceria na Capital, com o Teatro Itália, que oferecerá ingressos para as peças do espaço. O produtor cultural Marcus Veríssimo, que administra o local, comemorou a oportunidade de dedicar parte da bilheteria a esse público, como já ocorreu em algumas oportunidades nos últimos dois anos. “Após uma peça, várias crianças nos mostraram a arte que produziram. Desenhos de roupas, mágicas ou música... A gente esquece a amplitude que a arte tem”, contou.

De acordo com o também produtor e administrador de espaços culturais Juliano Barone, em cada peça haverá, no mínimo, 10 ingressos. “A arte cria uma comunicação entre as pessoas. Fazemos arte porque precisamos falar algo. Precisamos, também, ver a vida dos outros para compreender as nossas.”

A Corregedoria Geral da Justiça encaminhará e-mails para as casas de acolhimento quando houver ingressos disponíveis. É fundamental para o sucesso do programa que as equipes incentivem, facilitem a participação das crianças e adolescentes nos eventos e cumpram o compromisso quando aceitarem os ingressos. “As vagas são limitadas e não podemos tirar a oportunidade de outros interessados”, destacou a juíza.