InspirAÇÕES: Após sofrer AVC, servidor usa sua história para incentivar pessoas
Jovem atua como escrevente de gabinete.
Há mais de 10 anos como escrevente técnico judiciário no Tribunal de Justiça de São Paulo, Rafael de Souza Maia coleciona desafios e conquistas. Após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em dezembro de 2014, ele supera diariamente desafios de mobilidade. Do ingresso no Judiciário paulista aos dias atuais, na função de servidor de gabinete de 2º Grau, Rafael mantém a sede pela vida e a dedicação ao crescimento profissional.
A relação do jovem com o TJSP começou em julho de 2013, quando foi nomeado e passou a atuar no Departamento de Execuções Criminais (Deecrim), no Fórum Criminal da Barra Funda, onde foi promovido para assistente judiciário após um ano. Meses depois, em dezembro de 2014, aos 26 anos, sofreu um AVC isquêmico durante uma partida de futebol, que o fez ficar em coma por três horas e perder a visão durante uma semana. Parte da mobilidade, que ficou prejudicada, foi recuperada com três anos de fisioterapia e cuidados multidisciplinares.
O período de recuperação foi marcado por diversas emoções. A felicidade em voltar a enxergar, dar os primeiros passos e frequentar novamente ambientes que antes eram corriqueiros, como cinema e restaurantes, coexistiu com a preocupação em realizar uma cirurgia de risco e os desafios do tratamento. “Além da fé, a tranquilidade que aprendi com o falun dafa (yoga) me ajudou a permanecer calmo quando eu estava na UTI”, afirmou. A esperança prevaleceu, e, hoje, ele frequenta a academia regularmente, continua com a prática de yoga e faz acompanhamento médico somente de rotina.
Em setembro de 2017, Rafael retornou às atividades no Tribunal de Justiça e passou a atuar na administração do mesmo fórum, sendo posteriormente promovido a chefe da unidade. “Passava por perícia médica a cada seis meses, e, nessa época, precisava voltar a trabalhar para me sentir útil e me desafiar. Com o tempo, acabei me tornando chefe da administração. Num primeiro momento, foi necessário esforço para fazer as tarefas administrativas e melhorar a mobilidade a cada dia. Durante minhas atividades, também percebi que precisava usar óculos e hoje enxergo com uma nitidez quase perfeita”, conta.
Entre as estratégias que encontrou para desempenhar suas atividades no gabinete em que atua, do juiz substituto em 2ª Grau João Baptista Galhardo Júnior, está ferramenta de transcrição de áudio – já que a escrita só pode ser realizada com uma das mãos. Além disso, o teletrabalho ajuda para que não tenha que se deslocar ao fórum todos os dias. “Estou há quatro meses nesse gabinete e busco melhorar e agilizar a digitação dos votos a cada dia. Nunca entro em monotonia, porque vejo casos diferentes. Gosto muito da área jurídica e tento não ficar acomodado”, diz o rapaz, formado em Direito.
“Claro que eu gostaria de não ter passado por tudo isso aos 26 anos, mas se minha história puder ajudar alguém, está valendo. Já conversei com pessoas que estavam passando por momentos difíceis e se animaram, o que é gratificante”, declara. “Uma mensagem que posso deixar é que viver é bom demais e que, apesar de todas as dificuldades, conseguimos superá-las e conquistar nossos sonhos se tivermos foco e determinação. Para mim, tudo é possível”, conclui.
Comunicação Social TJSP – BC (texto) / LF (arte)
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