Prescrição antecipada não encontra respaldo legal
A 9ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou recurso interposto por O. C. contra M.O.C. O autor pleiteava a cassação da decisão do juízo de 1ª Instância que julgou extinta a punibilidade de M.O.C em crime de calúnia, reconhecendo a prescrição da pretensão punitiva antecipada, também denominada em perspectiva ou virtual.
O. C. recorreu ao Tribunal de Justiça argumentando que a prescrição antecipada não encontra respaldo legal e requereu que fosse julgada procedente a ação de queixa-crime que imputou a M.O.C a prática de calúnia, por estarem comprovadas as ofensas.
Segundo o relator do recurso, desembargador Sergio Coelho, a decisão de primeiro grau não encontra amparo em nosso ordenamento jurídico, divergindo do artigo 109 do Código Penal, o qual dispõe que não tendo sido proferida sentença condenatória, o prazo da prescrição se regula pelo máximo da pena privativa de liberdade imposta ao crime.
A decisão, unânime, teve a participação dos desembargadores Souza Nery e Roberto Midolla. Com o provimento do recurso, foi determinado o prosseguimento do feito.
Recurso nº 990.10.177533-6
Assessoria de Imprensa TJSP - SO (texto) / DS (foto)