TJSP e TRE-SP promovem exposição sobre o poeta Paulo Bomfim
Mostra inaugura espaço cultural da Justiça eleitoral.
O Tribunal de Justiça de São Paulo e o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo abriram, hoje (14), a exposição “Paulo Bomfim: o poeta das duas Cortes”, em homenagem à vida e obra do escritor e intelectual que faz parte da história dos dois tribunais. A cerimônia marcou, também, a inauguração do “Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim”, área cultural situada na sede I da Justiça eleitoral paulista.
Na solenidade, presidente do TJSP, desembargador Ricardo Mair Anafe, citou o aprendizado adquirido no convívio com o poeta. “Tive a felicidade de conhecê-lo e de termos muito contato quando era presidente da Seção de Direito Público. Uma figura que a todos encantava, não só pelos versos e prosas, mas pelo conhecimento histórico sobre tudo o que aconteceu no Brasil e em São Paulo em tempos mais distantes. Essa homenagem é justíssima”, afirmou.
O presidente do TRE-SP, desembargador Paulo Sérgio Brant de Carvalho Galizia, falou sobre a escolha do nome para o local. “Não faltaram razões para que esse espaço museológico se chamasse Paulo Bomfim, escolha logo abraçada pelos estimados colegas de toga eleitoral com quem convivi nesses últimos anos. O TJSP e o TRE-SP estão unidos nessa ação em prol da memória paulista ao mesmo tempo em que temos a honra de disponibilizar para toda a sociedade esse novo espaço”, concluiu.
O gestor do Centro de Memória Eleitoral (Cemel) do TRE-SP, José D’Amico Bauab, lembrou com carinho do homenageado. “Paulo Bomfim era um verdadeiro encantador de gente. Tinha o atributo mágico de tornar quem estivesse próximo a ele a pessoa mais importante do mundo pelo tempo que durasse o encontro. A exposição marca um inestimável projeto entre o nosso Centro de Memória e o nosso amado Museu do TJSP”, destacou.
O diretor-geral do TRE-SP, Claucio Cristiano Abreu Corrêa, destacou a importância que o espaço terá para a valorização da memória da Justiça. “Deixo aqui palavras de agradecimento para as equipes do TRE-SP e do TJSP pelo esforço, trabalho e empenho para inauguração desse espaço. Com certeza esse será um local permanente da preservação da história da Justiça eleitoral paulista.”
Também compuseram o dispositivo de honra o presidente da Comissão de Gestão da Memória do Tribunal de Justiça de São Paulo e coordenador do Museu do TJSP, desembargador Octavio Augusto Machado de Barros Filho e o coordenador da Comissão de Gestão da Memória do TRE-SP e integrante da Comissão de Gestão da Memória do TJSP e do Comitê do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname), juiz Carlos Alexandre Böttcher.
A inauguração do “Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim” foi marcada pela apresentação da Camerata da Polícia Militar, sob a regência do maestro primeiro sargento da PM Ivambergue Rodrigues de Souza. Os músicos executaram o Hino Nacional e a Marcha Paris-Belfort, o hino da Revolução Constitucionalista de 1932.
Também prestigiaram a cerimônia os desembargadores Claudia Lucia Fonseca Fanucchi e Carlos Dias Motta; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau; o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Miguel Elias Daffara; o presidente da Academia Paulista de Letras, Antonio Penteado Mendonça; o diretor do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, João Tomás do Amaral; o presidente da Sociedade Veteranos de 32, Carlos Alberto Maciel Romagnoli, a artista plástica Antonietta Tordino; representantes de instituições, servidores e convidados.
Paulo Bomfim: o poeta das duas Cortes
Fruto de parceria entre o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a exposição rememora a vida e obra de Paulo Bomfim, escritor, poeta e intelectual que tem seu nome registrado na história dos dois tribunais. Nascido em 1926 em São Paulo, teve a história marcada pela Revolução Constitucionalista de 1932. Com relatos de familiares que lutaram nas trincheiras, tornou-se memória viva dessa jornada, eternizada em vários escritos e poemas. Com atuação destacada em jornais, no rádio e na TV, retratou em suas crônicas a história de São Paulo de forma única, tendo conquistado diversos prêmios, entre eles o Olavo Bilac, conferido pela Academia Brasileira de Letras (ABL), com seu primeiro livro, Antônio Triste, de 1947.
Com as obras reconhecidas, em maio de 1963, tomou posse na Academia Paulista de Letras. Logo depois, outros prêmios e condecorações vieram, como a comenda “Intelectual do Ano”, recebida em 1981 pela União Brasileira de Escritores. Em 1991, recebeu, da Revista Brasília, o título de “Príncipe dos Poetas Brasileiros” e, no mesmo ano, o prêmio “Obrigado São Paulo”, da TV Manchete. Também ganhou o “Prêmio da União Brasileira de Escritores” por seus 50 anos de poesia.
No Tribunal de Justiça de São Paulo, foi chefe do cerimonial, chefe de gabinete, relações públicas e orientou o Museu do TJ. Escreveu o hino da instituição e a “Oração aos meus amigos do Tribunal de Justiça”. Em 2012, foi agraciado com o Colar do Mérito Judiciário do Tribunal de Justiça de São Paulo, a mais alta honraria da Corte paulista. A relação de carinho e respeito do TJSP rendeu outra importante homenagem ainda em vida: a inauguração, em 2009, do “Espaço Cultural Paulo Bomfim”, localizado no 2º andar do Palácio da Justiça, que abriga acervo pessoal composto por obras de sua autoria, honrarias recebidas, cópia de seu retrato feito por Anita Malfatti, além de vestes e itens da Revolução Constitucionalista de 32.
No Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, fundou o Centro de Memória Eleitoral (Cemel), do qual foi coordenador cultural honorífico por 20 anos, até o seu falecimento, em 7 de julho de 2019. Tornou-se patrono da memória político-eleitoral paulista e recebeu, em 2010, a comenda máxima da corte, o Colar do Mérito Eleitoral Paulista. Diversos itens do acervo do TJSP paulista foram disponibilizados para a mostra, como o capacete utilizado pelo combatente constitucionalista de 1932 Júlio Ignácio Bomfim Pontes, primo do poeta; o título de cidadão paulistano recebido da Câmara Municipal em 1963; os colares do Mérito Eleitoral e Judiciário recebidos, entre outros.
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Comunicação Social TJSP – FS (texto) / PS (fotos)
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