Ribeiro de Souza participa da sua última sessão de julgamento
“Essa é a primeira sessão de 2011. Ao mesmo tempo, é a minha primeira sessão como presidente da 12ª Câmara de Direito Privado e a última do Cyro Ribeiro de Souza”, disse o desembargador José Jacob Valente ao iniciar os trabalhos da 12ª Câmara.
O presidente agradeceu ao desembargador Ribeiro de Souza pelo aprendizado proporcionado por ele como pessoa e profissional, lembrando que esse contato é desde o extinto 1º Tribunal de Alçada Civil (1º TAC).
Os outros desembargadores integrantes da Câmara também elogiaram a postura receptiva de Ribeiro de Souza e os ensinamentos obtidos durante a convivência. “Cyro Ribeiro de Souza é um modelo de magistrado a ser seguido por todos nós. Fica para mim a lição de um juiz objetivo e prático”, afirmou o desembargador José Reynaldo Peixoto de Souza.
Para o desembargador Luiz Antonio Cerqueira Leite, a aposentadoria de Ribeiro de Souza “deixará um vazio na Câmara”. Sandra Gualhardo lembrou que é difícil colocar no papel os sentimentos, mas agradeceu a acolhida carinhosa que teve ao chegar na 12ª há cinco meses. “Que Deus ilumine seu futuro”, desejou a desembargadora.
Ribeiro de Souza iniciou suas palavras muito emocionado e com a voz embargada. “Outro dia estava me lembrando que há exatamente 39 anos ingressei na magistratura. Hoje, deixo a toga. Durante todos esses anos dediquei todo o tempo – tempo integral – à atividade jurídica. Não exerci magistério, não fiz outra coisa a não ser cuidar de processos e da minha família.”
O desembargador rememorou sua trajetória jurídica e o apoio e ensinamentos de alguns magistrados e todos aqueles que percorreram juntos o tempo transcorrido. “É o aprendizado e ninguém nasce sabendo de nada”.
Em tom sorridente disse que toda sua família é ligada ao Tribunal de Justiça. “Tenho um filho na magistratura (referindo-se a Sylvio Ribeiro de Souza Neto), filhas, nora e genro. Exceto minha esposa.”
O desembargador sai respeitando a vontade da compulsória. “É assim mesmo, o mais antigo sai e o mais moderno fica.” Ele finalizou suas palavras parafraseando a música ‘Emoções’ de Roberto Carlos: “– Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.
Histórico – Cyro Antonio Facchini Ribeiro de Souza se despede da magistratura por completar no próximo dia 23 seus 70 anos de idade. Paulistano é bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), da turma de 1966.
Iniciou sua carreira jurídica como auxiliar de escritório de advocacia no período de 1963 a 1965. De 1965 a 1966 foi solicitador acadêmico (estagiário com determinados poderes) e advogado de 1966 a 1971.
Sua carreira na magistratura paulista começou em janeiro de 1972, como juiz substituto em Ituverava, sede da 39ª Circunscrição Judiciária (CJ). Em 1973 foi para Jardinópolis e, em 1977, para São Joaquim da Barra.
No final da década de 70 (mais precisamente, dezembro de 1978), veio para a Capital para o cargo de juiz substituto. Em 1984 foi promovido a juiz titular da 1ª Vara da Saúde que, posteriormente, foi transformada em 1ª Cível do Fórum Regional do Jabaquara.
Ribeiro de Souza passou a ser juiz substituto em 2° grau em 1990 e, no ano seguinte, recebeu a promoção, por merecimento, para o cargo de juiz do Primeiro Tribunal de Alçada Civil (1º TAC). Em 2005, com a unificação dos Tribunais passou a exercer o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Casado há quarenta e quatro anos com Neusa e pai de quatro filhos – Sylvio, Cássio, Juliana e Mariana – na magistratura conquistou amigos, muitos deles, de longa data.
Seu principal hobby é automóvel (mecânica, antigomobilismo, além de ter muito interesse em lançamentos e em outras áreas automobilísticas). Ribeiro de Souza pôde conciliar o hobby com o trabalho diário já que cuidou da frota no 1ª TAC e no TJSP foi responsável pela organização e regramento do funcionamento dos serviços de oficina e reparo nas viaturas.
Assessoria de Imprensa TJSP – LV (texto) / AC (fotos)