Maria Vita completa 45 anos de serviços à família forense.

Maria Vita Perpetuo Lopes, carinhosamente conhecida como Nenza, entrou para o Judiciário paulista na função de copeira, no fórum da Comarca de Mococa, em fevereiro de 1977. Hoje, com 70 anos de idade, ela comemora, com muito orgulho e vitalidade, 45 anos de serviços prestados à família forense. “Tenho uma vida inteira de trabalho e de boa convivência com verdadeiros amigos aqui. Sempre gostei muito do que faço e, depois de passar por vários setores - limpeza, copa, cartórios e já há mais de 20 anos na administração – posso afirmar que aqui pertenço a uma família”, recorda a retratada na edição de março do projeto InspirAÇÕES.
A então jovem de 23 anos de idade, que ingressou com timidez e inexperiência no trabalho, logo percebeu que o ambiente lhe fazia muito bem e quis retribuir com seus melhores préstimos, sempre comprometida não só com a execução dos trabalhos, mas também com o contato afetuoso e acolhedor com todos os colegas, chefes e magistrados.  Do período em que trabalhou na copa do prédio, entre um café e outro, conquistava, com seu carisma, cada serventuário que ali passava antes ou depois das audiências.  “Lembro-me com riqueza de detalhes das tantas histórias que ouvia na singela sala do café, mas que tanta gente ilustre recebia. Os júris famosos, as audiências que deixavam alguns juízes com os nervos à flor da pele e muitos juízes e promotores com quem tive o prazer de trabalhar; se eu fosse falar de cada um, essa entrevista não seria suficiente!”, contou Maria Vita.
Após a oficialização dos cartórios pelo estado, Maria Vita assumiu a função de agente de serviços do prédio e, mais tarde, foi trabalhar no Juizado Especial Cível e Criminal, surpreendendo a todos com a agilidade e eficiência com que aprendeu a trabalhar em cartório. Após algum tempo, ela foi transferida para a Administração, local que permanece até hoje, sem planos traçados de se aposentar. Já são 20 anos de trabalho na área administrativa, filhos e netos agregaram à vida pessoal e, na vida profissional, cinco juízes passaram pelo fórum, dos quais Maria Vita se recorda com carinho. “Guardo na memória especial lembrança do juiz Paulo Marcos Vieira (in memorian), que foi diretor do fórum até 2003. Ele era um ser humano maravilhoso, festivo e gostava de ver todos unidos”, rememora. Mas os servidores do TJSP e demais serventuários da justiça que passam pelo fórum brincam com a agente de serviços que não faz planos de se aposentar.  “Dos meus 14 aos 19 anos trabalhei na lavoura e estudava na fazenda que morava; depois, já vivendo na cidade, trabalhei como empregada doméstica e completei os estudos no supletivo. Entrei no fórum e pretendo ficar até quando Deus quiser ou até a aposentadoria compulsória”, diz Maria.
Outra ocasião que a servidora considerou marcante em sua história – que se confunde com a do fórum não poucas vezes - foi inauguração da 2ª Vara da comarca, em 12 de dezembro de 1997, tão aguardada por todos. Dona Nenza não perdeu a solenidade e acolheu os novos funcionários como se já fossem da casa há muito tempo.
Ao completar 70 anos de idade, recentemente, a simpática funcionária recebeu uma homenagem preparada pelos servidores do fórum e a alegria de Dona Nenza transbordou com a demonstração de carinho. “A homenagem me deixou muito emocionada. Conseguiram me esconder tudo - e olha que sou atenta! Eu sabia que os funcionários gostavam de mim, mas não imaginava que fosse tanto! Segurei as lágrimas, pois passou um filme na minha cabeça de todos esses anos que estou aqui”, recordou.

        Comunicação Social TJSP – TM (texto) / LF (arte)
imprensatj@tjsp.jus.br

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