EPM inicia o curso ‘Introdução ao Bitcoin’
Curso é ministrado por André Simões e Marcos Amaral.
A Escola Paulista da Magistratura (EPM) iniciou nesta segunda-feira (22) o curso Introdução ao Bitcoin, ministrado em três aulas por André Velozo Simões e Marcos Azulay Mello Amaral, sob a coordenação do juiz Fernando Antonio Tasso, coordenador da área de Direito Digital da EPM.
Marcos Amaral e André Simões apresentaram um panorama histórico sobre o surgimento do Bitcoin e a evolução do dinheiro, seus fundamentos e principais características e falaram sobre a tecnologia blockchain. Eles explicaram que para algo ser usado como dinheiro ele precisa ser escasso, servir com facilidade como meio de troca e preservar o seu valor ao longo do tempo. Recordaram que o ouro atende a essas características, exceto quanto à facilidade de servir como meio de troca, de maneira que o dinheiro era lançado no mercado com lastro em ouro. E lembraram que, por influência norte-americana, a partir do Tratado de Bretton Woods (1944) as moedas passaram a ser emitidas sem lastro e se tornaram fiduciárias, fundamentadas na confiança de quem as emite.
Os expositores recordaram que em razão da experiência com a inflação, que atingiu duas gerações, o pensamento não era poupar, mas gastar logo para aproveitar o poder de compra. “O modelo monetário hoje nos obriga a ser investidores, não podemos ser só poupadores. É preciso ter educação financeira”, afirmou Marcos Amaral. Esclareceram que a proposta do Bitcoin é eliminar o fator humano, para que não possa ser inflacionado e gere confiança entre as partes. A pessoa consegue pagar, receber e transacionar com facilidade e não precisa ter a preocupação de investir, porque ele tende a apreciar o seu poder de compra. “Nos seus 13 anos de existência o Bitcoin se apreciou em média 200% ao ano. Está provando que consegue preservar valor ao longo do tempo”, ponderou Marcos Amaral.
André Simões comparou o Bitcoin a um “Pix mundial”, mas lembrou que o Pix só permite transações entre duas pessoas que tenham contas bancárias no Brasil e em Reais, enquanto o Bitcoin é uma tecnologia inclusiva, porque não precisa de nenhum banco ou governo, só da internet e de um computador ou celular. “Imagine um futuro em que você consiga com a mesma facilidade do Pix transacionar para qualquer lugar do mundo, com qualquer pessoa, sem que se conheçam ou tenham conta em um banco”. Por fim, demonstraram uma transação com Bitcoin e ponderaram que a tecnologia será adotada naturalmente porque resolve muitas questões sociais e transações entre os governos.
Comunicação Social TJSP – RF (texto) / PS (arte) / Reprodução (imagem)
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