Justiça designa mais de 5,8 mil teleaudiências em estabelecimentos prisionais durante pandemia
Tecnologia e empenho para efetivação da prestação jurisdicional.
O novo coronavírus, além de desencadear uma crise sem precedentes em todo o mundo, fez com que o Tribunal de Justiça de São Paulo recorresse ao trabalho remoto para resguardar a saúde do povo paulista. A realização de teleaudiências em unidades prisionais, por exemplo, foi a forma encontrada pela Corregedoria Geral da Justiça (CGJ) para, em meio à pandemia, dar continuidade ao atendimento jurisdicional necessário ao resguardo dos direitos da população carcerária e ao bem-estar da sociedade. O número de teleaudiências designadas com réus presos em todo o Estado chegou a 5.883 até a última sexta-feira (12), sem contar os milhares de atos virtuais.
Além das teleaudiências, a tecnologia permitiu que fossem efetuadas 5.460 videoconferências para atendimento de advogados a presos, 790 atendimentos de defensores públicos e 19.432 intimações e citações eletrônicas para realização de atos processuais por parte de réus (no caso de processo criminal) ou reeducandos (no caso de processo de execução).
Audiências designadas |
5.883 |
Audiências já realizadas |
2.722 |
Intimação/Citação |
19.432 |
Atendimento OAB |
5.460 |
Atendimento Defensoria |
790 |
O resultado decorre de normatização pela Corregedoria (Comunicados CG nº 284 e nº 317/20). Entre os benefícios das videoconferências estão a celeridade, ausência de risco de perda da audiência por falta de apresentação do preso, desnecessidade de deslocamento para fora da unidade prisional e, principalmente, o prosseguimento do processo, com audiência e sentença. Nas palavras do corregedor-geral da Justiça, desembargador Ricardo Mair Anafe: “Os resultados extremamente satisfatórios obtidos não são provenientes de ações isoladas da Corregedoria Geral da Justiça e de seus juízes assessores. Eles retratam a qualidade dos nossos magistrados que atuam no 1º grau. A tramitação rápida dos processos criminais e de execuções criminais em muito ajuda na ausência de problemas no sistema prisional. Isso não só permite que haja mais paz social, como também acarreta economia ao Estado, ao Governo e a nós, cidadãos que arcamos com nossos compromissos. Nesse momento em que devemos tudo fazer para evitar a propagação da Covid-19, a tecnologia a serviço dos atos processuais é aliada do espetacular desempenho de magistrados e servidores na continuidade dos trabalhos”.
A juíza assessora da CGJ Jovanessa Ribeiro Silva Azevedo Pinto destaca: “A importância desse sistema de audiência virtual é imensa, não só para que não haja a paralisação dos processos criminais, que dependem de audiência, bem como para que o sistema prisional continue controlado, evitando-se, assim, a disseminação do vírus no interior das unidades. Os principais desafios, no meu ponto de vista, foram a necessidade de um rápido aparelhamento pela Secretaria da Administração Penitenciária de todas as unidades prisionais, bem como a premência em se organizar todo o agendamento das audiências virtuais por parte dos juízes”.
O juiz que designa a audiência solicita data e horário ao Setor de Agendamento de Audiências Virtuais responsável pela unidade onde o réu ou reeducando está custodiado. O sistema usado é o aplicativo Teams. Uma vez marcada a data, o juiz dá continuidade para intimação e convite para a teleaudiência de todos os participantes.
O empenho dos magistrados de 1º grau foi primordial para o sucesso das teleaudiências e essa disposição é reconhecida pela CGJ. A nova sistemática foi recebida de forma positiva e, com a prática e verificação das facilidades, os juízes se desdobraram para evitar atrasos nos processos. A produção do Judiciário paulista, como um todo, quase atingiu a marca de 7 milhões de atos judiciais desde o início das medidas de restrição (16 de março) até o último domingo (14). Os dados mais recentes apontam que cerca de 31.590 integrantes da Corte se conectaram diariamente ao sistema de trabalho remoto (dado de 1º/6).
NR: Texto publicado originalmente no DJE, em 17/6.
Comunicação Social TJSP – GA (texto) / LF (layout e arte)
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