Com trabalho remoto, produção do TJSP beira 5 milhões de atos
#SomosEscreventesTJSP.
Se há 90 dias alguém ousasse dizer que o Poder Judiciário paulista, do dia para a noite, deixaria de lado o trabalho presencial e colocaria três mil magistrados e 40 mil servidores em trabalho 100% remoto, esse alguém seria, na melhor das hipóteses, chamado de lunático. Se esse mesmo alguém afirmasse que, mesmo em teletrabalho, a produção do TJSP seria espantosa? Só haveria uma alternativa para tamanha alucinação: falta de credibilidade. O que as pessoas que não integram o Judiciário não sabiam é que o Tribunal de Justiça é composto por magistrados e servidores comprometidos com os resultados. Para os que arregaçam as mangas no dia a dia, o resultado não podia ser outro: quase 5 milhões de decisões, entre sentenças, acórdãos e despachos, em quase 60 dias de trabalho remoto. Por causa da pandemia provocada pela Covid-19, os integrantes do maior Tribunal do Brasil estão trabalhando de suas casas. Essa tropa de elite é formada por magistrados de primeiro e segundo graus, Assessorias das Presidência, Vice-Presidência, Corregedoria-Geral da Justiça, Presidências das Seções de Direito Criminal, Público e Privado, Secretarias e seus servidores, servidores que atuam nos primeiro e segundo graus, psicólogos, assistentes sociais, oficiais de justiça, enfim todos os servidores que integram o quadro do Judiciário paulista. Todas as funções e atividades no Judiciário são importantes e suas atividades de extrema relevância. Hoje, a homenagem do TJSP é para os escreventes técnicos judiciários.
Com eles, a palavra:
“Esse cantinho adaptado aqui no meu quarto tem sido a minha estação de trabalho nos últimos dois meses desde quando o Tribunal de Justiça implementou a modalidade home office para todos os servidores devido à Covid-19. Eu imagino que pra todos tenha sido um período de grandes mudanças, de muito autoconhecimento, que exige muito da nossa resiliência. Mas, também foi um momento que mostrou que somos muito unidos porque apesar da distância física, de cada um estar trabalhando de dentro de sua casa, o nosso cartório tem se reunido sempre por meio do que a tecnologia nos proporciona para trocar ideias, aprimorar conhecimento garantindo não só a quantidade, mas a qualidade de tudo o que for produzido pelo Judiciário nesse período. Essa união, essa consciência da importância do nosso trabalho, do trabalho do escrevente, e a responsabilidade que existe em cada um de nós, me dá a certeza de que seja de dentro de casa, de um cantinho adaptado no quarto, duma mesa da sala, lá da cozinha ou dentro dos cartórios, no que depender de nós, os escreventes, o Judiciário paulista nunca vai parar.” Ana Laura Biagi Guimarães - Araçatuba
“Desde a implantação do home office, a comunicação tem sido feita por meio de um grupo, que começou no whatsApp e agora está no Teams. As dúvidas – que todos têm – são resolvidas ali, as experiências e os resultados. Enfim, há um compartilhamento de experiências, de ideias, de soluções e, com certeza, parte do resultado que todos nós sabemos, é fruto dessa aproximação. Curiosamente, hoje bem mais forte, depois que tivemos que sair do fórum. Foi o home office, foi o afastamento que, paradoxalmente, nos aproximou. Meu muito obrigado a todos os colegas de São José dos Campos. Que a gente desfrute de tudo aquilo que conseguimos plantar em razão dessa nova modalidade de trabalho.” Fábio Augusto Moraes – São José dos Campos
“Minha experiência com trabalho remoto tem sido positiva. É mais um instrumento importante para momentos como esse que estamos passando e para que a atividade judiciária continue a ser exercida, mesmo em momentos de crise. No entanto, sinto saudades dos meus colegas de trabalho, cujo convívio diário é muito importante. Nosso trabalho, ainda que de forma de remota, é de suma importância para que a tutela jurisdicional, buscada pelas partes, possa ser prestada da melhor forma possível. E aproveito o momento para desejar a todos os colegas de trabalho muita força e coragem para enfrentar esse momento e para que continuem tendo muita fé, pois essa fase vai passar em breve.” Warlei Lopes – Presidente Prudente
“Sou escrevente na Comarca de Araçatuba e, igual a vocês, estou trabalhando em casa por causa da Covid-19. Tem sido gratificante estar junto de minha família e continuar desempenhando a minha função, principalmente nesse momento em que quase tudo está precisando ficar parado por conta da pandemia. É muito bom poder contribuir com aquele que busca auxílio no Judiciário. Espero que a gente possa superar essa quarentena da melhor maneira possível, cuidando de si e daqueles que a gente ama. Deixo aqui a todos o meu abraço. Estamos juntos nessa.” Maurício Rogerio Ribeiro de Jesus – Araçatuba
“A experiência de trabalhar remotamente é desafiadora, pois, usando nossos próprios recursos, nem tudo é perfeito. Eu, como escrivã da UPJ (Unidade de Processamento Judicial) de Prudente, tenho me esforçado para dar o apoio e as orientações necessárias para o bom desenvolvimento remoto das tarefas. Mas, ao mesmo tempo que é uma experiência desafiadora é também muito satisfatória quando percebemos que estamos conseguindo movimentar esse gigante que é o Tribunal de Justiça de São Paulo. A resposta ao jurisdicionado não parou, mesmo sem o atendimento presencial e isso se deve ao alto grau de comprometimento do servidor do tribunal. É um diferencial. Sinto-me orgulhosa de fazer parte desse resultado positivo e, independentemente da crença de cada um, peço-lhes tenham fé, pois vai passar.” Maria Célia Albuquerque Foltran – Presidente Prudente
“O plantão judiciário é de extrema importância porque é por meio dele que o Tribunal de Justiça se mantém, de domingo a domingo, de portas abertas para a sociedade. Não há sábado, nem domingo, nem feriado em que não esteja uma equipe à disposição para a causas mais urgentes, inadiáveis, sejam os presos que precisam de pronta apresentação para a autoridade judiciária, sejam situações médicas ou qualquer outra que demande a pronta intervenção do Judiciário. Nessas situações de plantão, a equipe é a porta de entrada que concentra todo o tipo de demanda da sociedade naquele período em que o expediente regular não está à disposição. Há alguns dias, recebi um e-mail de uma pessoa do Rio de Janeiro relativo a um familiar em severo estado de saúde na cidade de Itapevi necessitando de um leito de UTI. Aquela mensagem envolvia relato de situação de saúde muito grave, envolvendo hemorragia, rompimento de aneurisma e problemas pulmonares e a afirmação de um hospital público de que não tinha condições de acomodação. O teor era de desespero. Entrei em contato com a colega da comarca sede de circunscrição de Itapevi e solicitei o contato da Defensoria Pública de plantão. Ela prontamente me auxiliou. Imaginei que seria a Defensoria Pública o meio mais eficaz de postulação para aquela pessoa que batia às portas do Judiciário. Repassei as informações e continuei a manter contato porque a gente passa a enxergar não só como servidor público, mas como ser humano também. À noite recebi uma foto da ambulância e a pessoa sendo removida para uma UTI em São Paulo. Agradeci minha colega de plantão e encaminhei um agradecimento à Defensoria Pública. Dois ou três dias depois recebi a notícia que a pessoa havia falecido e o mais marcante foi que, embora a tristeza pela perda do familiar, a pessoa se reportou a mim agradecendo muito pela dignidade que a gente proporcionou e a serenidade de ter dado a eles a oportunidade de lutar até o fim. A vida não foi recuperada, mas nós proporcionarmos uma sensação de alento até o último instante. E é nesse sentido que digo que não há procura desimportante daquele que bate às portas do tribunal. Qualquer e-mail, qualquer mensagem pode traduzir uma situação muito importante. Ainda que não seja de nossa alçada, nós temos condição de orientar, direcionar o cidadão. É esse o recado que deixo para a sociedade: de domingo a domingo o Judiciário trabalha – e muito – para tentar modificar para melhor a nossa realidade. Deixo o convite para o público interno, nosso maior ativo, servidores e magistrados, de sempre dedicar humanidade, correção no trabalho, esforço e seriedade com tudo aquilo que chega em nossas mãos. Tenho certeza de que unindo esses dois fatores, público interno e externo, temos a possibilidade de um futuro grandioso para a Justiça e, consequentemente, para a sociedade.” Ighor Raphael das Neves Amorim – Santos
“Quero falar sobre o trabalho que todos estamos fazendo e também deixar uma mensagem aos colegas e às colegas de trabalho. O trabalho remoto é uma experiência interessante. É diferente. Não estávamos acostumados, de uma maneira geral, a isso, mas estamos nos adaptando e, no meu entender, acho que estamos indo muito bem. Apesar de todas as dificuldades, acho que todos os funcionários do Tribunal de Justiça estão de parabéns pelo trabalho realizado. Todos nós. Essa experiência também é importante porque mantém o Tribunal de Justiça em andamento, atendendo ao cidadão, que é o nosso objetivo principal e é o mais importante. Quero deixar uma mensagem para todos os meus amigos, minhas amigas do Tribunal de Justiça, do juizado aonde trabalho e dos colegas de quem tenho muita saudade. Nós vamos passar por isso. Não se preocupem, vamos passar por isso e logo estaremos todos juntos novamente. Dizem que a madrugada é sempre mais escura antes do amanhecer, vai amanhecer logo, logo. Aguentem firmes, vamos aguentar todos juntos e vamos passar por isso.” Douglas Ricardo Hermínio Reis – São José do Rio Preto
NR: Texto publicado originalmente no DJE, em 21/5.
Comunicação Social TJSP - RS (texto) / JT (arte)
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