Gráfica do TJSP – O Judiciário por trás das máquinas
Setor é responsável pela confecção de capas de processo, pastas, carimbos e restaurações de livros, dentre outros serviços
O Tribunal de Justiça de São Paulo é uma instituição de grandes proporções em todos os seus setores. A maior Corte do Poder Judiciário brasileiro possui 45 mil servidores e 2,5 mil magistrados em atividade nas 272 comarcas do interior e foros centrais e regionais e prédios administrativos do Tribunal.
A maior parte desses recursos humanos está diretamente ligada à atividade-fim da instituição, realizada em cartórios, varas e unidades judiciais diversas, a fim de buscar a resolução dos litígios e assegurar a paz social. Já outros servidores atuam em departamentos pouco conhecidos do público em geral – mas nem por isso de menor importância –, que contribuem para que a máquina do Judiciário mantenha sua atividade ininterrupta.
Um deles é a gráfica do TJSP, instalada no Tatuapé, zona leste da Capital. Historicamente, a região abrigou, desde as primeiras décadas do século 20, indústrias têxteis e olarias. Essas indústrias se expandiram até meados da década de 1970, quando passaram a se instalar em cidades do interior paulista, abrindo espaço para a especulação imobiliária e deixando para trás os enormes galpões que abrigavam as antigas fábricas.
Instalada em um desses galpões desde o início da década de 1960, em meio a edifícios de alto padrão da região, a gráfica está localizada na Rua Melo Peixoto, número 311, ao lado da estação de metrô homônima. São 8,5 mil m² de área total construída.
“Realizamos todos os tipos de confecções de impressos, como capas de processo, folders, cartões de visita, cartazes, agendas, cartilhas, apostilas, carimbos em madeira e autoentintados, além de encadernações em capa dura, pastas e restaurações de livros, diferentemente de alguns anos atrás, quando os impressos eram confeccionados em mimeógrafos e os carimbos, produzidos em gesso e borracha vulcanizada”, explica Ricardo de Souza Asmir, supervisor do departamento desde 2009.
O setor conta com parque gráfico composto de 61 máquinas e tem em seu quadro funcional 49 servidores e 5 terceirizados. Os serventuários que lá atuam ingressaram no TJSP por meio de concurso público específico para as funções de cortador, impressor, tipógrafo, encadernador e bloquista. “Executamos um serviço técnico e, para tanto, necessitamos de pessoal qualificado, que tenha prévio conhecimento do manejo do maquinário”, afirma Asmir.
Além da gráfica, o prédio abriga ainda setores de serralheria, marcenaria, pintura e manutenção de cadeiras, tapeçaria e manutenção de equipamentos.
Para ter uma ideia da dimensão do serviço realizado no local, em 2013 foram confeccionados 13.074.218 impressos, 79.593 pastas e etiquetas, 6.892 carimbos e 2.746 encadernações, além do corte e montagem de 4,1 milhões de blocos de rascunho, que reaproveitam papel sulfite já utilizado nas unidades judiciais.
E não é só com o reaproveitamento do papel que a gráfica busca a economia de insumos e a preservação da natureza. “Já faz 10 anos que não compramos cabos e madeira para confecção de base de carimbos, pois implantamos a reciclagem de todos os carimbos em desuso provenientes das unidades administrativas e cartorárias. Além disso, confeccionamos capas de processo e impressos em papel reciclado para atender à meta do Tribunal de economizar e preservar”, diz o supervisor.
Questionado da possibilidade de diminuição da atividade do setor com a implantação do processo digital, Asmir é enfático: “Entendo que, mesmo com o avanço da tecnologia, continuaremos a prestar nossos serviços da mesma forma, pois estamos sempre nos atualizando, buscando novas tecnologias digitais para atender à demanda de forma rápida, prática e sempre em busca do melhor custo-benefício ao jurisdicionado”.
N.R.: Texto publicado originalmente no DJE de 27/8/14
Comunicação Social TJSP – AM (texto) / AC e LV (fotos)
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