InspirAÇÕES: diretor concilia trajetória de excelência com os desafios da esclerose múltipla
Eduardo Siccone é exemplo de dedicação.
O último sábado (30) foi marcado pela celebração do Dia Nacional de Conscientização sobre Esclerose Múltipla (EM). Para sensibilizar sobre o tema, o InspirAÇÕES deste mês apresenta a trajetória do diretor dos Gabinetes de Apoio ao Palácio da Justiça, Eduardo Siccone Neto, diagnosticado com a doença há 10 anos. Integrante dos quadros do Judiciário paulista desde 1985, ele convive com os desafios impostos pela EM e conduz a equipe com dedicação e foco na excelência do serviço prestado à sociedade.
A história de Eduardo no TJSP começou há quase quatro décadas, justamente no setor em que permanece até hoje. Ao longo desse percurso, aprendeu gradualmente as atividades da área, sempre com empenho e disposição. Seu departamento é responsável por oferecer suporte aos magistrados para questões relacionadas a documentações. O aprendizado diário, aliado à experiência, consolidou sua reputação de profissional dedicado e respeitado por todos que com ele trabalham. Há doze anos, esse reconhecimento se traduziu na nomeação para a função de diretor, que exerce com equilíbrio, responsabilidade e profundo compromisso com a instituição.
Dois anos depois no cargo, apareceram os primeiros sinais da esclerose múltipla. “As manifestações foram a perda do equilíbrio e a dificuldade para caminhar. Mais tarde descobri que esse episódio se chama surto”, relembra. Foram quase três meses de consultas e exames até que o diagnóstico se confirmasse. Após o impacto inicial, ele mergulhou na prática de atividades físicas — musculação, pilates, exercícios funcionais, alongamento e fisioterapia – com foco na manutenção da qualidade de vida. “Sempre pratiquei exercícios, mas nunca com a frequência que adotei depois do diagnóstico. A maior força veio da minha esposa, que esteve comigo em todos os momentos, e dos profissionais que me acompanham.”
Como a EM afetou os membros inferiores, o desempenho do trabalho seguiu com poucas mudanças: com o avanço da doença e a evolução do teletrabalho durante a pandemia, a rotina — antes inteiramente presencial — passou a se dividir entre o Palácio da Justiça e o home office. “Também precisei me acostumar a usar o elevador, já que sempre utilizei as escadas, não importando o andar que fosse”, conta.
Os colegas de trabalho, que se tornaram amigos, ajudaram a tornar o caminho mais leve, e a união entre os servidores do setor serviu como um lembrete de que a força coletiva é maior do que qualquer obstáculo. “Nunca me abati com as dificuldades, mas estar em equipe é sentir que não caminho sozinho. Cada gesto de compreensão, cada palavra de incentivo e cada sorriso compartilhado têm um valor enorme”, destaca.
Para Eduardo Siccone, a experiência de vida trouxe uma nova forma de enxergar o mundo, e, hoje, celebra as pequenas conquistas diárias: levantar, caminhar, trabalhar e sorrir. “A imprevisibilidade da doença me ensinou a importância de viver um dia de cada vez. A dor e a limitação despertaram uma sensibilidade maior para compreender as dificuldades dos outros. Reconhecer os próprios limites e acolher o apoio das pessoas fortaleceu laços e mostrou que não estou sozinho”, reflete. “Meus sonhos e expectativas continuam sendo viver com qualidade e aproveitar cada momento. O que mais me orgulha é perceber a força que tive para seguir em frente, mesmo diante dos desafios”, conclui.
Esclerose múltipla – doença autoimune que afeta aproximadamente 40 mil pessoas no Brasil. É caracterizada pela destruição de tecidos que envolvem os nervos, causando sintomas como fadiga, distúrbios visuais, rigidez, fraqueza muscular e desequilíbrio. Outros sintomas como dormências, formigamentos, dor ou queimação na face são frequentes, assim como dificuldades cognitivas, incluindo problemas de memória, atenção e processamento de informações. Apesar de não ter cura, pode ter seus sintomas e progressão controlados com tratamentos que envolvem medicamentos, fisioterapia e exercícios físicos.
Comunicação Social TJSP – BC (texto) / PS (foto) / LF (arte)
Siga o TJSP nas redes sociais:
