No anonimato, esposas de magistrados contribuem para o conforto de novo ser

        O trabalho voluntário de esposas de magistrados contribui com o nascimento de filhos de servidores do Poder Judiciário paulista. Elas confeccionam e montam mensalmente até trinta kits de enxovais para recém-nascidos que são distribuídos às grávidas ou cônjuge/companheira de funcionários. O trabalho – praticamente anônimo – denominado Movimento de Esposas de Magistrados existe há mais de 30 anos. 

        A iniciativa surgiu quando elas pensaram em fazer algo em prol dos funcionários e familiares. No início, reuniram-se na garagem da casa da senhora Conceição Alves da Silva, esposa do desembargador Valentim Alves da Silva (ambos falecidos). “Após o falecimento da Conceição, começamos a nos encontrar na casa da dona Heidi (Alves Lazzarini), esposa do desembargador Alvaro Lazzarini e mãe do juiz Alexandre Alves Lazzarini. Ela coordenava tudo. Depois que faleceu, passamos a nos reunir aqui em casa”, diz Maria Viveta Zago Valente, esposa do desembargador Marcus César Müller Valente (que se aposentou no último 17 de janeiro). Para o prosseguimento do trabalho, Viveta adaptou um quarto da casa, instalou prateleiras para organizar e armazenar os kits.

        Cada kit é composto por dois pares de sapatinhos de lã, dois casaquinhos de flanela, dois pacotes de fraldas descartáveis, dois jogos de três meias, três calças plásticas, três jogos de pagão, três jogos de macacões, dois jogos de fraldas, um cobertor, uma manta e uma toalha com capuz. Atualmente, Viveta coordena os trabalhos. A reunião acontece mensalmente, sempre na última quinta-feira do mês. Cerca de vinte senhoras investem algumas horas do seu dia na confecção e montagem dos kits. Com a divisão de trabalho umas cortam, outras costuram, algumas pregam botões e há as que tricotam, no sentido literal da palavra: por elas são fabricados os casaquinhos e os sapatinhos de tricô. Há também os de flanela.

        Quando o Movimento de Esposas de Magistrados iniciou as atividades, a fraldas também eram feitas manualmente. Com o passar dos anos e o advento da modernidade, pacotes de fraldas prontas e depois as descartáveis foram incluídos nos kits. As demais peças que integram o enxoval são compradas. A reunião começa às 13h30 e termina por volta das 17h30. O dia de trabalho voluntário termina sempre com um café oferecido pela anfitriã.

        A entrega do presente é realizada com o auxílio do Gabinete de Apoio aos Desembargadores (Gade 1 - Palácio da Justiça) e do setor de Auxílio Creche do Tribunal, localizado no prédio administrativo da Consolação. As equipes desses setores realizam uma triagem, conferem a documentação e analisam  os requisitos necessários para o recebimento do enxoval.

        Para ter direito ao enxoval, a grávida tem que ser funcionária do Tribunal de Justiça ou cônjuge/companheira do servidor, estar a partir de 7º mês de gestação ou até dois meses após o parto, apresentar a documentação que comprova o vínculo com o Tribunal, ou seja, demonstrativo de pagamento e a carteira funcional. O tempo de gestação é comprovado por meio de declaração do médico, cartão de acompanhamento de pré-natal ou de ultrassonografia. Os cargos abrangidos são até os de chefe de seção.

        A assistente social Zilmar Soares Nunes Giuliangeli que conhece esse trabalho desde que tomou posse no TJSP, há 18 anos, declarou que “o presente traz grande satisfação a quem o recebe e a nós também. Ficamos felizes com esse trabalho”.

        Zilmar disse que a grávida do interior também pode receber o kit. “Já houve casos em que a documentação foi enviada para um parente da capital que veio retirar o enxoval. Em outros casos, o motorista do fórum local retirou o kit quando veio fazer algum serviço na capital”, explicou Zilmar.

        A verba para os kits vem de doação e da renda de brunch realizado na quinta-feira que precede os dias das mães, servido na sede da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), que cede o salão. O cardápio oferecido inclui, além de alimentos tradicionais do café-da-manhã, pratos um pouco mais elaborados. Nessa ocasião, o Movimento das Senhoras dos Magistrados vende 150 convites para pessoas que querem contribuir, pois toda a renda é revertida na aquisição de matéria-prima, como flanela, linha, lã e botões, bem como para a compra dos demais componentes dos kits. No fim de cada ano, o departamento feminino da Apamagis também realiza um bazar e parte da renda é destinada ao Movimento das Senhoras dos Magistrados.

        Dona Viveta está muito feliz com o trabalho. Ela aproveitou a oportunidade para agradeceu publicamente a cooperação de todos, seja pela doação em espécie seja pelo trabalho voluntário. Não esqueceu de ressaltar a a importância do setor de creche escola do TJSP e do Gade 1, com a triagem e distribuição do enxoval.

        Em tempo: Quem tiver interesse em contribuir com a iniciativa voluntária do Movimento de Esposas de Magistrados envie contribuições (quaisquer) ao Gade 1 (Palácio da Justiça). O engajamento de mais senhoras de magistrados também é muito bem-vindo!

        ...Assim, mais servidores receberão enxoval para o seu bebê.

         NR: Envie sugestões de pauta sobre magistrados e servidores do Poder Judiciário para o e-mail da Assessoria de Imprensa.

        Assessoria de Imprensa TJSP – LV (texto) / DS (fotos)

        imprensatj@tjsp.jus.br

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