VEC de Guarulhos estimula ressocialização de presos

        O juiz Jayme Garcia dos Santos Junior, da Vara das Execuções Criminais da Comarca de Guarulhos, participou ontem (6) de uma apresentação de teatro produzida por reeducandos da Penitenciária “Desembargador Adriano Marrey”. Presos que cumprem pena no regime semiaberto encenaram, no auditório das Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG-Unimesp), a peça Sociedade x Cárcere. Na plateia também estava o secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes.
        O espetáculo foi baseado na técnica do 'Teatro do Oprimido', criada pelo dramaturgo Augusto Boal, em que o público interage nas histórias. Os nove atores montaram o teatro-fórum baseado em experiências reais de opressão, como, por exemplo, a falta de oportunidade de trabalho para os egressos. O público pôde intervir nos rumos das histórias e encenar, junto com os atores, alternativas para a solução dos conflitos.
        “Estamos aqui para uma discussão importante. É uma peça interativa e essa proximidade e participação da sociedade, trazendo soluções, ajuda a enfrentar os problemas vividos por quem está na penitenciária”, disse Igor Rocha, educador da “Adriano Marrey”. 
        O secretário da Administração Penitenciária agradeceu a reitora da FIG-Unimesp, Ossanna Chememian Tolmajian, por abrir as portas da universidade para a realização do evento e parabenizou atores e organizadores. “Essas nove pessoas representam os 176 mil presos do Estado de São Paulo. O que eles mostraram aqui é verdade. Mas, estamos trabalhando para melhorar a situação, construindo mais presídios e atuando na reinserção social”, disse. Lourival Gomes, ainda, destacou o trabalho do Judiciário em evitar prisões desnecessárias, com a aplicação de penas alternativas. “Hoje são 13 mil pessoas que prestam serviços à comunidade: pintam escolas, trabalham em asilos e abrigos, limpam as ruas... São pessoas que, se tivessem ido para a prisão, sairiam piores do que entraram”, afirmou.
        O juiz da Vara de Execuções concordou com as situações expostas na peça. “De fato as pessoas têm dificuldade para aceitar ex-presidiários”, disse. Ele aproveitou a oportunidade para falar aos detentos sobre a importância do bom comportamento na reinserção social. “Agora os senhores têm que reverter essa imagem ruim perante a sociedade. Precisam mostrar que aceitam o cárcere como punição e que vão buscar outra opção de vida. A luta para mudar a opinião da sociedade é árdua e nós estamos trabalhando para ajudá-los. Mas, os senhores têm que trabalhar também, e muito. Falta pouco para serem reinseridos, portanto, aproveitem as oportunidades”, disse o magistrado.
        Fabrício Silva, 24 anos, um dos atores, sabe disso. Há três anos ele cumpre pena e espera ansioso sua progressão para o regime aberto. “Fiz alguns cursos, entre eles de urbanização e capinagem. Estou no semiaberto, mas não posso sair porque ainda não tive uma oportunidade de trabalho. Quero muito um emprego, uma chance”, conta.
        O curso de teatro foi ministrado pelo diretor de teatro e coordenador pedagógico da Funap, Jorge Spinola, com o apoio do diretor técnico de trabalho e educação da penitenciária, Valdinei Araújo de Freitas, e do diretor da penitenciária, Antonio Samuel de Oliveira Filho.
        O elenco foi composto por Jefferson Camargo, Luis Carlos Dias, Rafael de Souza Tito, Roberto Olimpio da Silva, Radamés Matos, Wellington Lima, Demetrio Silva, Fabrício Silva e Emerson Ferreira.

        Assessoria de Imprensa TJSP – CA (texto) / DS (fotos)
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