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TJSP inaugura retrato do desembargador Gilberto Passos de Freitas

    O Tribunal de Justiça de São Paulo promoveu ontem (28/5) a solenidade de inauguração do retrato do desembargador Gilberto Passos de Freitas, Corregedor Geral da Justiça durante o biênio 2006/07, para integrar a galeria do TJSP. 
    A solenidade foi aberta pelo atual Corregedor Geral, desembargador Ruy Pereira Camilo, representando o presidente do TJSP, desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi, que afirmou se sentir honrado em participar da homenagem a um magistrado como o desembargador Passos de Freitas.
    Em seguida, passou a palavra ao desembargador Renato Nalini, que deu início à sua fala ressaltando a simbologia que reveste o cargo de Corregedor Geral da Justiça, de corrigir desvios, alinhar condutas, sancionar infrações e até excluir dos quadros do Judiciário aqueles que incidem em procedimento considerado incompatível com o cargo de magistrado, para em seguida argumentar que “esse esperado perfil de aspereza não integra a personalidade do desembargador Gilberto Passos de Freitas, um homem profundamente sensível, generoso, capaz de condoer-se da sorte de seus semelhantes, que cultiva a singeleza e a simpatia. Gilberto é bom, mas é justo”, completou. 
    Acrescentou ainda que o homenageado, em sua função de Corregedor, aliou à função corretiva a tarefa orientadora, acolhendo tantos quantos necessitavam de parâmetros de procedimento, promovendo cursos e estimulando a implementação de um projeto de educação permanente para juízes e para servidores. O desembargador Nalini lembrou ainda que o desembargador Passos de Freitas foi um dos primeiros ambientalistas da seara jurídica. E finalizou seu discurso dizendo que o desembargador merece o reconhecimento do povo paulista por aquilo que realizou no exercício do mais espinhoso cargo da Justiça paulista. “O retrato é apenas um símbolo. Ele não traz cicatrizes, nem as marcas da angústia decorrente do conflito de interesses morais em que se envolveu, por força de seu compromisso com o correto”, concluiu. 
    O presidente do TJSP, desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi, encerrou a solenidade, destacando as notáveis qualidades do desembargador Passos de Freitas no exercício de seu cargo como Corregedor Geral da Justiça e ao longo de sua invejável vida pública.
    Entre as inúmeras autoridades presentes, encontram-se o Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira; o presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, Coronel PM Fernando Pereira; o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Augusto Bretas Marzagão; o presidente da Sociedade dos Veteranos de 32 – MMDC, capitão reformado do Exército Brasileiro, Gino Struffaldi; o presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, Márcio Kayatt; o Secretário Municipal de Transportes, Alexandre de Moraes; e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D`Urso.   

Confira abaixo a íntegra do discurso do desembargador Gilberto Passos de Freitas:

Exmo. Sr. Des. Roberto Vallim Belochi, DD. Presidente desta Corte.
Exmo. Sr. Des. Jarbas Mazzoni, DD. Vice-Presidente.
Exmo.Sr. Des. Ruy P. Camilo, DD. Corregedor Geral da Justiça
Demais Autoridades cujos nomes foram declinados.
Senhores Advogados,
Senhores Membros do MP,
Senhores Servidores da Justiça,
Minhas Senhoras. Meus Senhores.   

    Queridos Colegas

    No momento em que sou homenageado pelo Exmo. Sr. Des. Corregedor Geral da Justiça, quando minha imagem passa a figurar mais concretamente na galeria dos ex-Corregedores Gerais, além de apresentar meus agradecimentos, não posso deixar de apresentar minha despedida, já que daqui há poucos dias estarei me aposentando.   
   É tempo, portanto, não só de renovar, nunca suficientemente, a minha altíssima consideração ao Judiciário Paulista que tenho a honra e orgulho de pertencer, como também reavivar o meu especial e profundo apreço pelos meus pares, que sempre me honraram com sua atenção e amizade.  
   E, confesso-lhes, desde jovem, sempre fui um enamorado da Justiça, daí por que, justamente por isso, identifiquei-me ao longo da carreira, com todos aqueles que compartilhavam e compartilham deste amor à Justiça, amor que se solidificou nos dois anos que passei na Corregedoria, quando tive oportunidade de ter um contato mais próximo com os magistrados e servidores do judiciário, podendo aquilatar a dedicação e interesse de todos no aprimoramento do judiciário, em melhor servir a sociedade.       
   As palavras do Des. José Renato Nalini, ditadas pelo coração são frutos da amizade que nos une.
   O agradecimento que afetuosamente a ele faço, quero estender a todos e cada um em particular. Aos Magistrados, aos membros do MP, aos Advogados, aos servidores do judiciário, aos integrantes das Policias (civil e militar), aos membros do Executivo, do Legislativo, aos notários, aos registradores, enfim a todos aqueles com que tive a oportunidade de trabalhar.           
     E como sou grato, pois ninguém é nada no mundo senão dentro do seu grupo de convivência, da sociedade que o apóia. A imagem que fica na galeria pouco dirá da pessoa retratada, somente aos amigos e conhecidos, ao vê-la, acrescentarão observações da imagem interior neles formada.
     Talvez, por isso, seja tentado a dizer de mim, falar de minha vida, contar dos meus trabalhos e anseios, esmiuçar meu proceder nas funções judiciais, elucidar minhas intenções. Sinceramente, esses possessivos da primeira pessoa, como os agora enumerados, não me soam bem.           
     Assim, conquanto a pessoalidade da homenagem, prefiro continuar pensando no Judiciário, repensando a Justiça, ousando observações insofreáveis, que também falam de mim, dizem de minhas certezas, como a de poder afirmar que, realmente, o Judiciário Paulista é reconhecido e respeitado como um Poder integrado de excelentes magistrados, de homens de bem, que procuram dar a sociedade a prestação jurisdicional a que ela faz jus.  
      A visão que a Corregedoria Geral me deu, apontam para um judiciário profissional, humano e independente. Posso afirmar que o juiz paulista tem na lei a garantia do cidadão, adapta-a ao seu tempo e às condições humanas dos conflitos interpessoais, fazendo respeitar os verdadeiros valores sociais.            
     Daí, repito, meu orgulho de integrar a magistratura paulista, de ter ocupado o elevado cargo de Corregedor Geral. Minha eterna gratidão.
     Permitam, porém, que nesse momento eu faça alguns agradecimentos estritamente pessoais, dizendo talvez coisas que as circunstâncias da vida não tenham permitido dizer em outros momentos.  
     Desejo em primeiro lugar, agradecer a meus pais, de quem recebi, acima de tudo, orientação pela fé e pela retidão de caráter.      
     Em segundo lugar, mas ocupando um lugar todo especial, quero agradecer a Vera, esposa e companheira de toda uma vida, sem cujo carinho, estimulo, paciência e compreensão jamais teria conseguido desenvolver a atividade a que me propus.                 
    Agradeço ainda aos meus filhos Roberta e Gilberto, genro, nora, neto, irmãos, cunhados, parentes e amigos, cuja nominata tornaria infindáveis essas palavras, pelo apoio e calor humano demonstrados ao longo de todos esse anos.   
    Um agradecimento muito especial aos magistrados que me acompanharam aqui na Corregedoria, Muscari, Edgard, Claudia, Ana Luiza, Carmem, Núncio, Lepage, Reinaldo, Maia, Monerat, Vicente, Mirra, Chimenti, Samuel, Gilson e Helio, pelo extraordinário trabalho que realizaram e sem os quais eu não teria chegado a lugar nenhum.   
    Também não posso deixar de agradecer o auxilio leal, competente e dedicado dos queridos servidores da Corregedoria (aqui do Palácio, do 20º. Andar do João Mendes e do DEGE); agradecer aos meus dedicados assistentes Carlos e Márcia que me aturam há mais de 20 anos; aos agentes que auxiliaram na Corregedoria, chefiados pelo estimado Domenico; aos seguranças que prestam serviços junto a Corregedoria e como não podia deixar de ser ao meu amigo e mestre Paulo Bonfim.                 
    Agradeço ainda a contribuição especial prestada a Corregedoria Geral de Justiça pelas Desembargadoras Zélia e Constança, pelos Des. Soares de Mello, Roque Mesquita, Aguilar Cortes, Marcondes D’Angelo, Luiz Antonio de Godoy, Rodrigues da Silva, Antonio Rigolin,Di Santi Ribeiro, Enio Zuliani, Ricardo Dip, Renato Nalini, Armando Prado, Vieira de Morais, Ericson Maranho, Salles Vieira,  Vandercy Álvares, Euclides de Oliveira, Santin Teodoro, Teixeira Leite, Grava Brasil, Marcos Andrade, San Juan França, René Nunes, José Roberto Bedran, Horacio Cintra Pereira, Antonio Marcato,  Theodoro Guimarães, Laércio Laurelli, Oliveira Ribeiro, Sinésio de Souza, Carlos Biazotti, Antonio Carlos Malheiros, Ubiratan Arruda, Marcio Bártoli, Willian Campos e Carlos Nunes, bem como aos juizes Paulo Furtado, José Maria Camara, Rogério Marrone, Milton Paulo de Carvalho, Marcus Vinicius Gonçalves, Marcelo Berti,  Ana Paula Bandeira Lins, Marcio Martins Bonilha Filho e Alex Zilenovski.   
     Aos integrantes do Conselho Superior da Magistratura, Des. Celso Limongi e Caio Canguçu e aos integrantes do Órgão Especial, um agradecimento especial pela maneira elegante com que sempre me prestigiaram. Aqui não podia deixar de fazer um agradecimento especial ao nosso estimado Presidente, Des. Vallim Belochi, pela amizade e apoio com que sempre me distinguiu, assim como aos colegas dos nossos jantares. 
      Por fim, agradeço a todos os presentes, que nesse fim de tarde se dispuseram a aqui comparecer trazendo o calor de sua amizade.  
      Antes de encerrar, gostaria de afirmar que esta despedida na minha memória será a mais leve e doce lembrança de lenços brancos agitando saudades. 
       Muito obrigado.


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