Mudando junto com o Tribunal de Justiça
O maior patrimônio de uma empresa ou instituição é seu quadro de funcionários. Dele é que vem a energia – positiva ou não. Ele é que é o verdadeiro cartão de visitas. De nada adianta toda a tecnologia, se não houver mão-de-obra que possa tocá-la.
Localizada na Baixada Mogiana, a Comarca de Mogi Guaçu, que possui cerca de 50 mil processos em andamento e faz parte da 7ª Circunscrição Judiciária, tem a funcionária Lídia de Freitas Frizo, oficial maior do 2º Ofício Cível, como ícone de força e dedicação.
Há quase trinta e cinco anos no Tribunal de Justiça, conhecida e respeitada por cartorários judiciais e extrajudiciais, pelos integrantes da Magistratura e do Ministério Público, pelos advogados e pelo público, Lídia tem orgulho em pertencer desde março de 1977 ao quadro de funcionários do Tribunal de Justiça de São Paulo. Juízes, diretores de serviço e escreventes chefes passaram e lá estava ela de oficial maior ajudando. Sempre no 2º Ofício.
Em tempos em que a insatisfação tem reinado e todos acabam se esquecendo de que trabalham em uma instituição que é fundamental à democracia – o que torna todos essenciais – e que a menor das funções é a engrenagem necessária à prestação jurisdicional mais rápida e eficiente, muitos procurando outros empregos ou até mesmo realizando a sua função automaticamente, Lídia, que já poderia ter se aposentado com proventos integrais, continua na ativa e sem vontade de parar.
Ainda que o receio a dominasse, mergulhou em todas as inovações trazidas. Abandonou a máquina de escrever com alegria e não tem a menor saudade das fichas de andamento dos processos. Se sofreu para entender o sistema de informatização, hoje não sabe como pode viver sem ele um dia.
Carinhosamente chamada de madrinha – pois foi madrinha de casamento de um dos funcionários – acolhe sempre com carinho os novos escreventes e estagiários. É comum ouvir – até em outros cartórios – que informações de certa época só com a Lídia. Se o serviço é difícil, ela ajuda. Se há problemas pessoais, sempre tem uma palavra amiga. Se a fome aperta, às vezes ela até providencia um lanchinho. Muito religiosa, tem também sempre um santo a quem rezar. Por si e seus afilhados.
Com tantos estagiários indo e vindo, muitos são os que passam de vez em quando no fórum para falar um oi para a madrinha. E ela, que era madrinha de um só, viu-se, aos poucos, com tantos afilhados...
No dia-a-dia, quando os exorbitantes números do maior Tribunal de Justiça do país impõem um ritmo de trabalho frenético (quase 19 milhões de processos em andamento, 44 mil funcionários, responsabilidade pelo andamento de 49% de todo o movimento judiciário brasileiro), os funcionários do 2º Ofício de Mogi Guaçu já aprenderam a se socorrer da madrinha.
Por não ter cursado a faculdade de Direito, não pôde ir além de seu cargo de oficial maior, mas ganhou outro: o de MADRINHA. Não precisou pedir ou lutar por ele. Sua rotina diária é que o mantém e quando resolver sair, não haverá substituto para seu lugar.
NR1: O texto acima foi elaborado pela escrevente técnico judiciário do 2º Ofício da Comarca de Mogi Guaçu, Lauriana Barboza. O TJSP, por meio do GACS – Comunicação Social, agradece a participação da servidora neste espaço que tem publicado no último dia de cada mês notícia que se diferencie do padrão técnico-jurídico-institucional utilizado durante os outros dias.
NR2: Segundo o juiz diretor do fórum e responsável pela 2ª Vara de Mogi Guaçu, Sergio Augusto Fochesato, que há tempo está na comarca, o texto descreve com fidelidade as atitudes de Lídia de Freitas Frizo.
NR3: Participe. Envie sugestões de pauta sobre magistrados e servidores do Poder Judiciário para o e-mail da Comunicação Social.
Comunicação Social TJSP – LB (texto) / AC e arquivo (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br