Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público alcança a 8ª etapa

        Na manhã desta quinta-feira (6), no 16º andar do Fórum João Mendes Jr, a Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo realizou mais uma edição do Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público, com o apoio  da Escola Paulista da Magistratura (EPM), da Secretaria da Área da Saúde (SAS), do Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores (Cetra) e da Secretaria de Primeira Instância (SPI).

        O juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça, Durval Augusto Rezende Filho, fez a abertura do encontro. “O Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público proporcionou-nos, ao longo deste ano, oportunidades de aprendermos juntos com inúmeras palestras que beneficiaram mais de 7 mil pessoas”, disse.

        A primeira palestra de hoje, sobre o tema “Envelhecer, um Projeto de Vida”, foi ministrada pela professora associada livre-docente da PUC/São Paulo e professora de Direito Constitucional, Direito Educacional e Biodireito Constitucional, Maria Garcia. Ela agradeceu o convite e disse estar muito feliz pela a iniciativa do TJSP, já que “não é comum na administração pública a preocupação com o bem-estar dos servidores”, afirmou.

        A professora lembrou que o início da velhice começa desde o nascimento e citou vários exemplos de personalidades da música, da literatura, do cinema que estão em plena atividade, aproveitando a oportunidade para prestar homenagem ao poeta, artista e renomado arquiteto Oscar Niemeyer, falecido ontem.

        De acordo com o entendimento dela, a velhice traz conotações como o medo, a solidão e a morte. Saber lidar com a ideia da morte é, antes de tudo, entender que a vida é finita, que nada podemos fazer contra isso e, portanto, devemos nos preocupar com aquilo que podemos mudar, como a qualidade de vida, tirando o máximo proveito dela.

        Ao término, citou Cora Coralina, que aos 70 anos começou a escrever poesias: “procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.

        A segunda palestra foi dedicada ao tema “Tolerância e Solidariedade”, conduzida pelo coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Antonio Carlos Malheiros.

        Entre risos e lágrimas, o desembargador trouxe experiências pessoais e disse que temos que treinar a tolerância todos os dias. O desembargador, que dedica algumas horas da sua atribulada agenda com o trabalho voluntário como contador de histórias para crianças e adolescentes em hospitais, disse que o primeiro dia, ao desempenhar a tarefa, leu a história de Peter Pan para os pequenos como se pronunciasse voto num julgamento. "Das dez crianças que estavam no início, só restou uma e percebi que estava quase dormindo", lembrou, bem-humorado. "Mas as crianças explodiram de rir quando, sem querer, chutei a mesa e derrubei uma montanha de bacias de metal. Foi assim que percebi que era preciso naturalidade."

        Lembrou-se da mãe, d. Angélica, quando o questionou, quando menino, onde iria, já que o viu se preparando para sair de bicicleta. Quando ouviu que iria a casa de seu amigo Mario, a mãe o repreendeu, ao dizer que lá não poderia ir, já que a mãe do menino era desquitada, largada pelo pai. “Outro motivo muito bom para que eu vá até a casa deles, já que o pai os abandonou”, disse Malheiros ao partir em direção a casa do amigo.

        Já a experiência na Cracolândia, região no centro da Capital região onde se desenvolveu intenso tráfico e consumo de entorpecentes, ele lamenta o quanto há que se ter tolerância com o Poder Público, diante da inoperância e ausência frente à realidade. Ao chegar à rua Helvétia, ponto central da Cracolândia, deparou-se com um menino, com seus dez anos, deitado com uma quantidade de sangue vivo ao redor e percebeu que o garoto tentava cavar um buraco no cimento, como se quisesse se esconder da sociedade.

        O desembargador quis desistir ali mesmo, já cansado com tanta indiferença do Poder Público diante da situação, mas, ouviu mesma frase que ele teria dito ao seu filho de coração, quando o recuperou das drogas pela oitava vez: “Não vamos desistir de você!”. Hoje seu filho de coração é professor universitário, chefe de família.

        Ao final, o contador de histórias lembrou Platão: “podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”. Portanto, disse, “não vamos fugir da luz, vamos ao encontro dela!”.

        Por meio do sistema de Ensino a Distância (EAD), 334 servidores de 48 comarcas acompanharam o evento e na capital estiveram presentes, entre servidores e magistrados, cerca de 150 pessoas.

        Confira a programação da 9ª parte do Simpósio:


        Dia 13 de dezembro de 2012 – das 10 às 12 horas

        10 horas

        Tema: "Amor e sexo"

        Palestrante: Dra. Carmita Abdo

 

        11 horas

        Tema: "Você através de seus relacionamentos"

        Palestrante: Rabino Ruben Sternschein

 

        Comunicação Social TJSP – HS (texto) / GD (fotos)

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