Desconhecendo a política funcional do TJSP, alguns chefes dificultam a chegada de informações aos servidores. “Que administração participativa é essa que determinados chefes não permitem a participação de servidores nas reuniões com o próprio presidente? Isso tem acontecido em alguns lugares e é sinal que, nesses locais, há necessidade de mudanças”, diz Kauy Lopérgolo

        Com mais de três décadas de experiência, o diretor assessor da Presidência e responsável pelo Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores do Tribunal de Justiça, Kauy Carlos Lopérgolo de Aguiar, fala sobre os oito meses de atividades do Cetra, criado para apoiar as unidades judiciais, capacitar e treinar servidores e, acima de tudo, estar ao lado deles nas questões que dificultam a vida, sejam elas profissionais ou pessoais.

        No Cetra – reivindicação antiga dos servidores – já se falou, entre outros temas, de tratamento com urbanidade e respeito entre servidores, advogados e partes (questão tida como prioritária pelo presidente do TJSP Ivan Sartori), qualidade de vida no serviço público e ética. Estimulou-se (também outra prioridade da Presidência) a denúncia ao assédio moral e destacou-se a motivação como elemento propulsor de mudanças. Outra inovação é a capacitação de gestores e diretores, depois de a Presidência realizar o projeto “Administração Participativa” nas sedes das Regiões Administrativas Judiciárias.

        Segundo Kauy Lopérgolo, “é com a motivação diária que o Cetra tem trabalhado”. Suas atividades não ficam restritas aos temas jurídicos, em aulas ministradas por profissionais de altíssimo gabarito. “Vão além”, diz ele. “Para a prática cartorária foram lançadas, em julho, apostilas com os embasamentos técnicos necessários à uniformização.  Até hoje há escrevente que não teve acesso às apostilas porque uma das grandes dificuldades é justamente a mudança de mentalidade de diretores, coordenadores e supervisores. Por isso, nem tudo chega a todos. Ainda temos servidor que não ouviu falar das práticas cartorárias instituídas, embora as apostilas estejam disponíveis para download no Portal do TJSP.”

        Para Kauy Lopérgolo – servidor experiente que fala a mesma língua e conhece bem o cotidiano, desejos e aflições dos servidores –,“o sucesso dos projetos que a direção do Tribunal implementa está nas mãos dos diretores, coordenadores e supervisores (cargos de chefia e de confiança da Presidência). Eles devem ser os primeiros a incentivar a melhoria da qualidade e do aumento de produtividade.  A firmeza no agir por parte do superior hierárquico não é incompatível com a suavidade no trato com o subordinado. É para demonstrar isso que o presidente tem ido ao encontro de juízes e servidores nas reuniões do ‘Administração Participativa’. Que administração participativa é essa que determinados chefes não permitem a participação de servidores nas reuniões com o próprio presidente? Isso tem acontecido em alguns lugares e é sinal que, nesses locais, há necessidade de mudanças. A participação de todos é fundamental para que as atividades do Poder Judiciário sejam reconhecidas com o valor que verdadeiramente têm. Por isso, uma simples sugestão vinda de um servidor, não importa se ele é diretor, coordenador ou supervisor pode se transformar em ação sólida e ser colocada em prática em todo o Estado. Tudo que nos chega é sempre bem-vindo”.

        Ele diz, ainda, que – acompanhando a tônica da Presidência que investe em transparência, resgate da dignidade e da autoestima de magistrados e servidores e reestruturação (material e humana) do Poder Judiciário –, com oito meses de existência o Cetra deixou de engatinhar e começa a dar seus primeiros passos. Para isso, investe e apoia os servidores com apostilas, palestras, cursos e tratativas nas questões relativas à vida funcional, como por exemplo, o instituto da remoção, antigo pleito dos servidores agora prestes a ser regulamentado.

        Comunicação Social TJSP - RS (texto) / AC (foto)
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