Arte no Átrio – uma viagem cultural para aliviar a tensão

        O saguão do fórum da Comarca de Itatiba foi transformado em espaço cultural há um ano. As partes têm a oportunidade de apreciar algumas obras antes da audiência, esquecendo momentaneamente os seus problemas e viajando por meio da arte. O objetivo da iniciativa do juiz Ezaú Messias dos Santos é proporcionar um ambiente mais descontraído na sede do Poder Judiciário local.

        A abertura da exposição deste mês é comemorativa ao primeiro aniversário do espaço e aconteceu na última sexta-feira (14) com as presenças do desembargador Carlos Teixeira Leite Filho e do juiz diretor do fórum de Campinas e da 4ª Região Administrativa, Luiz Antonio Alves Torrano, especialmente convidados para apreciar a mostra.

        Ezaú Messias dos Santos conta que tudo começou com a observação que fazia quando estava em sua sala de audiência, que tem saída para o saguão do fórum. As pessoas aguardam no átrio a sua vez para participar da audiência e muitas histórias contadas naquele saguão podem ser ouvidas pelo juiz. "De um lado, uma mãe chora a perda do filho e anseia por Justiça. Outra sofre tanto ou mais a pena imposta ao filho e aguarda sua liberdade. O espaço é frio e tenso por onde circulam, a passos apressados, homens engravatados e mulheres sem sorriso. Vizinhos que não se toleram, empresários falidos; em um canto, um filme passa na cabeça de uma mulher: o dia em que traçou, com sonhos e esperanças, seu mundo ao de um homem que, do outro lado do salão, não mais reconhece. Aguardam ambos a formalização do fracasso do que um dia chamaram de amor", ressalta o magistrado.

        Ele percebeu que precisava fazer algo para amenizar esse ambiente tão hostil, permeado de conflitos e energias negativas. Segundo o juiz, tinha que pôr um pouco de beleza, sensibilidade e alguma poesia no olhar angustiado daqueles que, não raro, jamais voltarão e, certamente, não terão boas lembranças do salão que antecede as salas de audiência.

        O magistrado fez o convite que foi abraçado com entusiasmo pelos artistas plásticos de Itatiba e Morungaba que se despuseram a expor seus trabalhos no átrio. A concretização do projeto só foi possível com ajuda dos cartórios extrajudiciais que doaram portas que foram pintadas e transformadas em expositores. Cada artista empresta dois quadros e em cada mês um artista fica responsável pela exposição, que também é trocada mensalmente.

        No final do ano passado, somente a obras dos funcionários foram expostas e em julho deste ano, crianças de uma escola infantil expuseram seus primeiros trabalhos escolares como os desenhos de mãozinha, pezinho e outros do seu cotidiano. Na abertura da exposição o coral infantil também abrilhantou com seus cânticos.

        Os trabalhos expostos neste mês são dos artistas Nilza Tornice, Celine Nardi, Pedro Gava, Eduardo Nadai, Ricardo Tornice Ana Lefévre, Tadeu Jorge, Aércio Consolin e Nestor Lampros.

        Para o juiz, não importa se as obras são impressionistas, abstratas, aquarelistas, mosaicistas, experimentalistas e se quem vê entende de arte. "Basta saber que faz bem e torna mais leve o mundo visto pela alma de um artista", declara Ezaú Messias dos Santos.

 

        Comunicação Social TJSP – LV (texto e fotos)

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