O Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio da Escola Judicial dos Servidores (Ejus), realizou hoje (24) a palestra O Golpe de 1964, com o político, advogado e autor de livros Almino Monteiro Álvares Affonso. O encontro reuniu 236 servidores e magistrados no Fórum João Mendes Júnior e foi transmitido para 1.318 participantes em 152 comarcas do interior do Estado.

        Durante a abertura, o juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ) Durval Augusto Rezende Filho falou sobre o palestrante. “Temos hoje a oportunidade de ouvir a manifestação de um grande político brasileiro sobre o Golpe de 64. Almino Affonso teve ampla participação na história do País. É uma alegria ouvir a história por quem viveu essa história.” Também compuseram a mesa dos trabalhos a presidente do Comitê de Ação Social e Cidadania do Tribunal (CASC), Maria Luiza de Freitas Nalini, que representou o presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini; o juiz assessor da Presidência Ricardo Felício Scaff; e o diretor da Secretaria da Presidência Wilson Levy. O presidente da Associação Paulista de Magistrado (Apamagis), Jayme Martins de Oliveira Neto também prestigiou o evento. 

        Almino Affonso falou que, passados 50 anos do golpe, ainda restam controvérsias sobre o assunto. “Tenho absoluta convicção de que a renúncia de Jânio Quadros não foi uma renúncia, foi algo para detonar um golpe de Estado”, citou ao contextualizar o período que antecedeu o ano de 64. Ex-ministro do Trabalho do governo de João Goulart, Almino Affonso destacou que, sem considerar a Guerra Fria, é difícil entender o golpe. “Fez parte da história do século XX, capítulo do entrechoque entre Estados Unidos e União Soviética. Pareceu oportuno aos Estados Unidos criar na América Latina governos ditatoriais a repúblicas populares.” Segundo ele, era mais fácil combater João Goulart com infâmias, dizendo que ele tentava um golpe de Estado para criar um governo comunista. “Essa informação categórica ganhou espaço com documentos forjados para mostrar que o governo já estava em plena campanha comunista.”

        Durante sua fala, atentamente acompanhada por magistrados e servidores, o palestrante traçou um perfil histórico de João Goulart e de outros personagens da política brasileira da época, falou da criação da Frente Ampla, do Plano Trienal e das reformas de base. Ao final, esclareceu dúvidas e recebeu uma lembrança do TJSP e o certificado de participação.

 

        Comunicação Social TJSP – AG (texto) / GD (fotos)
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