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Palestras com Cecília Shibuya e Loyola Brandão lotam auditório do FJMJ e, em tempo real, são vistas por 49 comarcas

        Na manhã desta quinta-feira (18), a Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo realizou a 12ª edição do Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público, com o apoio da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, da Escola Paulista da Magistratura (EPM), da Secretaria da Área da Saúde (SAS), do Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores (Cetra) e da Secretaria de Primeira Instância (SPI).

        O juiz assessor da Corregedoria, Durval Augusto Rezende Filho, fez a abertura da primeira parte do evento. "Hoje é um dia especial porque teremos uma palestra, cujo tema 'Prepare-se para transformar os próximos anos nos melhores de sua vida', com a escritora Cecília Cibella Shibuya, vai ajudar muito a nos preparar para o nosso futuro. A segunda palestra, do escritor Ignácio de Loyola Brandão, tratará de 'Como as pessoas se tornam personagens'?” O magistrado disse também que, ao término das palestras, haveria o sorteio de vinte livros, doados pelo corregedor-geral da Justiça, José Renato Nalini.

        O secretário da Presidência e responsável pelo Cetra, Kauy Carlos Lopérgolo de Aguiar, agradeceu o apoio de todos. "Sem ele não poderíamos continuar esse trabalho, que almeja a valorização dos servidores."

        Ao dar início à palestra a escritora Cecília Cibella Shibuya afirmou ter levado em consideração o fato de que estamos vivendo mais. “Somos programados para viver 120 anos, só que nos estragamos pelo percurso”. Ela chamou à reflexão, “como nos preparar para que os anos da aposentadoria sejam os melhores de nossas vidas?" E prosseguiu, “o importante é nunca se aposentar sem ter um plano". 

        A palestrante alertou para que não se deixe a decisão para a hora em que se deixa o trabalho para a aposentadoria. "Comecem a olhar já o mundo e as oportunidades, a pensar antes do momento da aposentadoria." Para ela, "engana-se quem acha que ao se aposentar vai viver descansando, dormindo. Isso pode durar um dia, dois, uma semana. Após esse período, as pessoas começam a fase de sofrimento, depressão, ou qualquer coisa do gênero. Para evitar essas aflições trace um plano para esse novo ciclo da vida". Segundo Cecília Shibuya, é necessária uma transição da situação de empregado para aposentado. "Crie rotinas, como caminhar todas às terças, faça chuva ou faça sol, por exemplo. Tente um novo negócio, descubra-se. Faça sua vida valer a pena antes que seja tarde. O grande responsável pelo sucesso do seu projeto de vida é você."

        O corregedor-geral da Justiça, desembargador José Renato Nalini, anunciou o segundo palestrante: o escritor Ignácio de Loyola Brandão. "Uma pessoa amada no Brasil todo." Sobre o evento, disse que o ciclo de palestras "é um projeto de resgate da autoestima de todos os funcionários do Judiciário".

        Loyola Brandão falou que não era doutor, nem especialista, nem professor. "Não cursei universidade, fiz só o científico, sou da Academia Paulista de Letras, como o Nalini. Não quero ser da Academia Brasileira de Letras, falo o que tenho vontade. Sou de Araraquara, filho de um ferroviário, quase operário, mas que possuía uma biblioteca de quase mil exemplares, toda espécie de livros. Minha paixão pelas palavras vem do meu pai e do meu avô."

        Sobre sua formação reconheceu ter tido professores fantásticos. "Fui formado por professores, continuou. A primeira professora, que me ensinou a escrever, chama-se Lourdes Prado, pessoa com a qual me relaciono até hoje. Ela vive em Araraquara. Nos anos 40, era uma pessoa diferenciada, que me ensinou que reescrever é uma forma de aprender a escrever. Certa vez, pediu que reescrevêssemos a história infantil 'Branca de Neve e os sete anões'. Quando gostava do que fazíamos não dava nota, lia para a classe que era quem dava a nota. Terminei a história com a Branca de Neve servindo cogumelos envenenados para os anões e todos morreram. A Branca de Neve estava vingada e eu também. As crianças me aplaudiram e olharam para mim, não por ser o mais bonito, nem por ser o mais legal, sempre tive essa cara de bravo. Elas me aplaudiram por causa de algo que estava na minha cabeça. A partir daquele momento decidi que seria escritor."

        Para Ignácio de Loyola Brandão, a Lourdes Prado ensinou, com esse exercício, que sempre que uma história surpreende, se ela for bem escrita. "Em todos os meus livros observo se o final é surpreendente. Em um deles, Dentes ao Sol, troquei o penúltimo capítulo pelo último e o último virou penúltimo. Não quero um leitor passivo, o leitor tem que pensar." Sobre como surgem os personagens, disse: “os personagens somos todos nós. Eles estão na rua, em casa". O escritor contou que, certa vez, encontrou uma senhora numa rua próxima à revista em que trabalhava e ela perguntou: 'moço, a que horas a rua Hungria passa aqui?'. Diante dessa situação você tem duas escolhas, ou pensar que ela é louca e ir embora, ou parar e conversar. Parei e conversei. Respondi que a rua Hungria passava às 14  e às 19 horas naquele ponto de ônibus. Quando voltei ela não estava mais, a rua tinha passado. Não preciso nem dizer que ela se tornou personagem de uma crônica. A crônica é quase um conto. Eu sou um mero digitador, coloco as frases em ordem. Escrever é olhar o tempo inteiro à sua volta. Crônica é literatura sob pressão, disse Luís Fernando Veríssimo. Acabei cronista e adoro ser cronista”, completou Loyola Brandão.
        O público, que lotou o auditório, parece ter gostado muito. Assim definiu o corregedor-geral da Justiça, "fiquei muito feliz com o encontro de magistrados e servidores do TJSP com o notável escritor Ignácio de Loyola Brandão. Todos vibraram com sua fala agradável, bem humorada, edificante, gratificante, estimulante... E tantos outros adjetivos caberiam. Depois de uma palestra como essa, tudo fica melhor. O dia fica mais leve."

        As palestras foram assistidas por 364 pessoas no auditório do Fórum João Mendes Júnior e, no interior 667  pessoas, distribuídas por 49 comarcas.

 

        Comunicação Social TJSP – VG (texto) / AC (fotos)

        imprensatj@tjsp.jus.br


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