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Desembargador Antonio Manssur recebe marcante homenagem em sua despedida da magistratura

        As homenagens foram inúmeras e as emoções, muitas e intensas, na última sessão de julgamento do desembargador Antonio Manssur, presidente do 6º Grupo de Câmaras e da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. O magistrado fará 70 anos na próxima sexta-feira (19) e terá de se aposentar por força do comando constitucional que limita a idade de atuação desses profissionais do Direito.

        A esposa e os quatro filhos do desembargador, parentes, funcionários de seu gabinete, magistrados, advogados e servidores compareceram à despedida. O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, o vice-presidente, desembargador José Gaspar Gonzaga Franceschini, e o corregedor-geral da Justiça, José Renato Nalini, também vieram à sala 504 do Palácio da Justiça prestigiá-lo.

        Antonio Manssur agradeceu a cada colega do 6º Grupo – desembargadores Vico Mañas, João Morenghi, Angélica de Almeida, Breno Guimarães Júnior, Guilherme Gonçalves Strenger, Maria Tereza do Amaral, Xavier de Souza, Paiva Coutinho, Paulo Rossi e Alexandre de Almeida –, assim como ao presidente Sartori. “A emoção me impede de dizer muito o que tem de ser dito”, disse. “Pela primeria vez, vejo minha família reunida numa sessão em que presido.”

        O desembargador, cuja aposentadoria deverá ser publicada no Diário da Justiça Eletrônico amanhã (18), declarou ser favorável à idade-limite de 70 anos para os integrantes da magistratura: “aos 70, o juiz não é mais o mesmo internamente. O raciocínio torna-se lento. O juiz é um solitário, tem poucos auxiliares. Talvez a ciência e a medicina consigam expandir esse limite etário, mas, hoje, 70 anos é a idade certa para um juiz se aposentar”. Manssur também falou das diferentes emoções experimentadas por um magistrado no decorrer da carreira: “a primeira é a do ingresso na magistratura, quando não se tem noção completa do que nos espera; a outra emoção é a da despedida, quando se enxerga com clareza tudo aquilo que foi feito”, disse. “A passagem da vida foi dura, mas a vitória foi pujante. A aposentadoria é o início de uma nova fase.”

        O presidente Sartori contou que ele e Manssur eram companheiros de estudo para o ingresso na magistratura. “Ele se mostrou um dos grandes nomes da magistratura. Homem vocacionado, sensível, que honrou esta Casa. Estivemos juntos no Tribunal de Alçada Criminal”, afirmou. “Por seu vulto, consegue amealhar respeito e consideração de seus pares. Fique certo de que deixará um vazio muito grande nesta Corte.” O corregedor-geral da Justiça José Renato Nalini criticou o fato de magistrados terem de se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. “Não há substitutos para pessoas como Antonio Manssur. Tenho imensa gratidão por tudo o que fez em minha carreira e estou certo de que continuará a ser uma pessoa muito importante para o Judiciário paulista e nacional”, declarou. O vice-presidente Gonzaga Franceschini disse que a presença de tantas pessoas na sala de julgamento é algo significativo. “Manssur é uma figura ímpar e maravilhosa. Nosso Tribunal perde um grande soldado. Agradeço por tudo o que fez pela magistratura.”

        Colegas do desembargador também prestaram homenagens. “Manssur viveu intensamente, com espírito público, todos os momentos de sua carreira. Sua missão foi cumprida. Tenho certeza de que saberá lançar mão de novos projetos”, afirmou o desembargador Guilherme Gonçalves Strenger. “Ele é uma das pessoas mais marcantes de minha vida. Permaneça gostando de nós”, disse Luis Soares de Mello Neto. “Desde o ingresso na magistratura, há 32 anos, nos tornamos amigos. Minha amizade é para sempre. A magistratura perde hoje um grande juiz, insubstituível”, declarou Zélia Maria Antunes Alves.

        Familiares de Antonio Manssur falaram por último, em tom bastante emotivo, a começar pelos filhos. A juíza Maria Domitila Prado Manssur Domingos declarou: “uma pessoa como você não tem como não ser eterna. Meu melhor amigo, meu pai, sei que continuará a seguir meus passos. Parabéns por ter conquistado o sonho de ser juiz”. “Você só trouxe orgulho e admiração”, disse Maria Gabriela Manssur, promotora de Justiça. “Com muito orgulho digo que sou filha do desembargador Antonio Manssur.” O advogado João Vinicius afirmou que tem seguido sempre o caminho do pai: “infelizmente não segui seu caminho na magistratura, mas sei que estou no rumo certo”. O juiz Antonio Manssur Filho declarou que carrega o nome do pai com muito orgulho. “Humildemente tento fazer o que o senhor me ensinou. Obrigado por ter carregado nossa família, ter trabalhado muito e ido até o fim. Obrigado, pai.” “Todos sabemos o quanto você ama a magistratura. Acabou uma fase, mas a vida continua”, disse a mulher do desembargador, advogada Regina Manssur. Para José Manssur, advogado e irmão do desembargador, ele “deixou pegadas que devem ser seguidas. Esta Casa se honrou de tê-lo como magistrado”. O juiz José Aparício, cunhado do homenageado, afirmou ser “muito grato a ele, pela família que tenho. Você jamais será esquecido”.

        Currículo – Nascido em São Paulo em 1943, Antonio Manssur formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, turma de 1967. Exerceu a advocacia entre 1968 e 1980. Ingressou na magistratura como juiz substituto em 1981, nomeado para a 34ª Circunscrição Judiciária, com sede em Piracicaba. Foi juiz titular em Estrela D’Oeste, Suzano e Guarulhos. Em 1983 foi removido para o cargo de juiz auxiliar da Comarca da Capital e promovido para a 14ª Vara Cível Central em 1990. Tornou-se juiz substituto em 2º Grau em 1993. Promovou-se para o Tribunal de Alçada Criminal em 2000 e, em 2005, para o Tribunal de Justiça de São Paulo como desembargador.

 

        Comunicação Social TJSP – MR (texto) / GD (fotos)

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