Despedida marcada por emoção dos colegas.

     O desembargador José Roberto Lino Machado, integrante da 30ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, despediu-se da Magistratura hoje (26), em sua última sessão de julgamento antes da aposentadoria. O magistrado, que deixa a toga após 46 anos dedicados à Justiça paulista, recebeu homenagens dos integrantes do 15º Grupo de Câmaras de Direito Privado, magistrados e familiares. Também prestigiaram a solenidade  integrantes do Conselho Superior da Magistratura: desembargadores Ricardo Mair Anafe (presidente do TJSP), Guilherme Gonçalves Strenger (vice-presidente do TJSP), Fernando Antonio Torres Garcia (corregedor-geral da Justiça), Artur Cesar Beretta da Silveira (Presidente da Seção de Direito Privado) e Wanderley José Federighi (Presidente da Seção de Direito Público).
    O presidente Ricardo Anafe exaltou a trajetória do homenageado e expressou o agradecimento pelos anos de dedicação ao Tribunal, elogiando sua “postura impecável” por toda a carreira. “Sempre teve um amor muito grande pela Magistratura e nenhum percalço o tirou desse caminho”, afirmou. “O Tribunal de Justiça reconhece que tem uma dívida de gratidão com José Roberto Lino Machado e essa dívida também é do povo de São Paulo, dos jurisdicionados, de ter uma pessoa extremamente dedicada que sempre procurou prestar a melhor jurisdição da melhor forma possível. O semear não é obrigatório, a colheita o é. E hoje você colhe exatamente o que plantou: o respeito, a estima e a admiração de todos.”
    O desembargador Wanderley Federighi destacou a paciência e a serenidade do homenageado e parabenizou-o pela aposentadoria: “Lino Machado está há mais de 40 anos na Magistratura, dedicando-se ao mister de fazer justiça e defender o interesse público e o bem-estar social, que é a principal função do juiz de direito.” O desembargador Beretta da Silveira afirmou que a Seção de Direito Privado está triste com a saída do colega: “Lino Machado é exemplo de pessoa, impressiona pela sua força de vontade, luta pessoal e vitória sobre os percalços que encontrou na vida”.
    O desembargador Carlos Alberto Russo, muito emocionado, falou de sua amizade de longa data com o colega de Câmara. “São tantos anos de privilégio em ter conhecido essa figura extraordinária. Um homem de integridade, formação, cultura, um verdadeiro humanista, companheiro sempre prudente e equilibrado. Você é uma figura única, uma fortaleza, um homem que enfrenta períodos difíceis com absoluta galhardia e, para mim, é um orgulho ter convivido com você durante todos estes anos.” A desembargadora e colega de Câmara, Maria Lúcia Pizzotti, destacou a perseverança, lhaneza e comovente força de vontade do homenageado. “Todos se impressionam com a vastidão de cultura e o uso na judicatura sempre de forma muito serena. Fica o exemplo de perseverança e vontade de pessoas com seu quilate e honradez.”
    Mais desembargadoras também destacaram as qualidades profissionais e pessoais do homenageado. Silvia Rocha, (29ª Câmara de Direito Privado) ressaltou a “candura, honra e paciência, além da competência”. Maria Cristina Zucchi (34ª Câmara de Direito Privado) agradeceu a Lino Machado “pelo modelo humano que é, pelo arquétipo de magistrado e, principalmente, pela amizade que será eterna”. Monica Salles Penna Machado (14ª Câmara de Direito Privado) falou da humildade, sabedoria e inspirador exemplo de superação do colega, “algo que toca nosso coração, que nos motiva a seguir em frente e enfrentar todas as dificuldades de cabeça erguida”.
    Desembargadores aposentados também participaram da despedida de Lino Machado. Thales do Amaral relembrou o coleguismo e a amizade de muitos anos: “foram os momentos mais alegres e fecundos da minha carreira de 30 anos”, disse. Tércio Pires afirmou ter em Lino Machado um “professor das coisas da vida, e não só do direito”.
    Representando o Ministério Público, o procurador de Justiça Lauro Luiz Gomes Ribeiro desejou ao homenageado felicidades na nova etapa. “Perde a Justiça paulista um magistrado extremamente dedicado, estudioso, preocupado com a causa da justiça, mas ganha Vossa Excelência a oportunidade de aumentar o convívio familiar e desfrutar do merecido descanso.”
    O presidente da 30ª Câmara de Direito Privado, desembargador Alberto de Oliveira Andrade Neto, destacou a convivência “harmoniosa, solidária e profícua” com Lino Machado há mais de 20 anos. “Nosso homenageado traduz na vida o conceito do “homem magnânimo” de Aristóteles. Embora você agora nos deixe, suas decisões permanecem cristalizadas na memória desta Corte de Justiça e servirão como fonte de exemplo da melhor forma de aplicar o direito e a justiça.”
    Emocionado, Lino Machado agradeceu a todos pelas homenagens e, em poucas palavras, expressou seu amor pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. “Não podia deixar de manifestar a meus amigos presentes, defensores da democracia, que sempre estejam preparados para lutar em seu nome”, disse, despedindo-se.
    Também participaram da homenagem a Lino Machado os integrantes da 29ª Câmara de Direito Privado, desembargadores Fábio Guidi Tabosa Pessoa e Carlos Henrique Miguel Trevisan, e juízes substitutos em 2º grau Themístocles Barbosa Ferreira Neto, Mario Daccache e José Augusto Genofre Martins; os desembargadores Antonio Carlos Villen e Ricardo Braga Monte Serrat; o desembargador aposentado Urbano Ruiz; o juiz substituto em 2º grau João Baptista Galhardo Junior; amigos e familiares.

    Trajetória – José Roberto Lino Machado é natural de Olímpia (SP), nascido em dezembro de 1947. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), turma de 1970. Ingressou na Magistratura em 1976 como juiz substituto, nomeado para a 16ª Circunscrição Judiciária com sede em Votuporanga. Judicou nas comarcas de Santa Adélia, Itapeva, Cravinhos, Franca, Catanduva e Capital. Em 1993, foi removido para o cargo de juiz substituto em 2º grau e, em 1998, foi promovido a juiz do 2º Tribunal de Alçada Civil. Em 2005, foi promovido a desembargador.

    Comunicação Social TJSP – DM (texto) / KS (fotos)
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