InspirAÇÕES: Da máquina de escrever ao processo digital, uma vida de adaptações e aprendizado

Servidora completa 50 anos de carreira.

    A servidora Marlene Debes Chan Costa, 71 anos de idade, dos quais 50 dedicados ao Judiciário de São Paulo, é uma testemunha ocular da história da evolução tecnológica da Justiça paulista. Lotada na Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ), ela passou a maior parte de sua carreira na área judiciária e pôde vivenciar as mudanças ocorridas no Tribunal ao longo de cinco décadas. “Estamos sempre aprendendo”, destaca a retratada do InspiraAÇÕES deste mês, que atualmente está recebendo treinamento para operar o Sistema Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça.

    Marlene ingressou no serviço público em julho de 1972, aos 21 anos, como escrevente do 1º Tribunal de Alçada Civil que, à época, ocupava o prédio onde hoje funciona a Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania. Ela iniciou sua carreira na 1ª Câmara de Direito Privado, onde se tornou chefe e, posteriormente, diretora. Isto numa época em que computador era coisa de filme de ficção científica. “As tiras de julgamento chegavam a mim escritas à mão e eu datilografava o conteúdo na máquina de escrever e em laudas próprias, que eram levadas à Imprensa Oficial, para publicação”, conta. “Este trabalho levava várias horas.”

    No início dos anos 1980, as máquinas de datilografia mecânicas começaram a ser substituídas pelas elétricas, capazes de alcançar maior velocidade e melhor qualidade de impressão, além da possibilidade de correção dos erros, com fitas corretivas. Também chegaram as máquinas de fax, que permitiam transferência remota de documentos através da rede telefônica. Os serviços ganharam eficiência, mas o trabalho continuava a ser manual, da autuação dos processos à juntada de peças processuais. “Para emitir uma certidão de objeto e pé, eu estudava o processo (físico), redigia à mão e, depois, datilografava para entregar à parte interessada,” relata Marlene.

    A realidade descrita por Marlene pode ser inimaginável para muitos jovens da atual era digital, mas perdurou até meados da década de 1990, quando surgiram no Tribunal os primeiros computadores 386 e as impressoras matriciais, logo substituídas pelas impressoras a jato de tinta. “Fizemos curso na praça Carlos Gomes para aprender a operar os primeiros computadores e sistemas de movimentação processual. Em alguns setores e cartórios, realizávamos mutirão para autuação processual e juntada, serviço que era feito manualmente, mas também lançado em sistema no computador. Isso ajudou muito a organizar os processos e a localizá-los depois.”

    Com a unificação dos tribunais, em 2005, Marlene seguiu atuando na área judiciária, desta vez como diretora do 1º Grupo de Câmaras de Direito Privado. Tendo migrado do Tribunal de Alçada para o gigante Tribunal de Justiça de São Paulo, Marlene percebeu mais intensamente o impacto dos avanços tecnológicos nos serviços que desenvolvia. O processo de informatização do TJSP avançou em ritmo galopante, com investimentos maciços em maquinário e sistemas administrativos e de controle e movimentação processual. Marlene presenciou o nascimento do processo digital. “Uma revolução!”, ela diz.

    Mesmo com a aposentadoria se aproximando, surgiu um novo desafio que ela resolveu abraçar: trabalhar no Anexo Judiciário do Cratod – Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, órgão do governo do Estado que tem por finalidade atender e dar tratamento continuado a pessoas que tenham dependência química. Marlene permaneceu no Anexo de 2013 a 2020, quando teve início a pandemia de Covid-19.

    Com 50 anos de carreira, Marlene encerra um ciclo. Da máquina de escrever ao processo digital, ela acompanhou cada passo da evolução tecnológica do Judiciário paulista, sabendo que se trata de um processo de renovação constante.

 

    Comunicação Social TJSP – DM (texto) / KS (foto) / AD (arte)

    imprensatj@tjsp.jus.br

  

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